Os nossos ex-namorados/maridos/companheiros/mais-que-tudos que se tornaram em menos-que-nadas não podem ser os nossos melhores amigos. Depois da ruptura, passamos por uma fase na qual não queremos saber da pessoa. Queremos, no fundo, que se lixe e que lamente todos os dias da sua vida o facto de já não estarmos juntos. Depois, de vez em quando, perguntamos (ou não) a um amigo do colega da amiga do tal ex se ele está vivo, mas não queremos que nos digam “está vivo e mais feliz do que nunca”. Vivo sim, feliz não.
Isto tudo para que no dia em que finalmente atingirmos alguma maturidade, voltarmos a falar sobre tudo e nada. Mentira. Não falamos sobre tudo não. Não perguntamos assim, de rajada, “já tens alguém?”. Credo, o que é isso? Nem queremos imaginar tal coisa. Mas se nós, do nosso lado, tivermos alguém, queremos a todo custo mostrar-lhe que temos saído bastante, que nunca a nossa vida esteve tão preenchida e que temos muitos gatos à nossa volta, a rodar, ouh la la, “vê lá tu tudo o que tenho vivido graças ao facto de não estar contigo”.
Por vezes, os ex aproximam-se demais, querem-nos de novo mas o nosso trauma e nível de nojo atingiu proporções que nos impede de voltar a ver aquele homem como tal. Tornou-se apenas num infeliz escroto. Impossível de tocar, sentir e voltar a ser minimamente íntimo com esse tipo de pessoas.
Depois há os outros tipos de ex. Os que ficam no nosso coração de maneira por vezes obsessiva, outras vezes estúpida, outras vezes inexplicável. Ou tudo isso, em mini dose, ao mesmo tempo.
Um dia cai a ficha. Se os sentimentos ainda existem, cai a ficha e dizemos que temos saudades. Um pouco. De uma situação particular. De tudo. No fundo, queremos ouvir um “Eu também”. E queremos que nos digam que no fundo, não são tão assim tão felizes sem nós, que lamentam tudo o que fizeram e disseram. Se estivermos num bom dia, mesmo naqueles momentos bons, apesar de pesados, mas cheio de silêncios lesantes, dizemos “e porque não tentar de novo”. “Achas, não achas?” e ai só mesmo Deus é que sabe e pode ajudar.
Mas de novo, se é para voltar a namorar, não é para serem melhores amigos. De novo, parece incompatível. Mas pelo menos, é pelo melhor dos motivos.
E de repente, aparece-nos um ex. Com quem não falavamos há sete anos. Ou então, nós é que aparecemos na vida deles. Ele até pode ter casado, até pode ter tido filhos, mas sentimos que as conversas são sem pretensão alguma. Sem aquele pedante "vou ver se ainda consigo seduzir esta gaja para ver se me levanta o ego". Não. As conversas são sinceras. Reencontramos aquela pessoa com quem éramos tão compatíveis mas sem a pretensão de voltarmos a estar juntos. Conseguimos ser sinceros um com o outro e até confessamos que temos uns problemazitos ou que a vida está uma bela merda e até temos fé que vai ser apenas com o Mundial de futebol que vamos esquecer as amarguras da vida. Vamos trocar mensagens e músicas pelas duas da manhã. Como bons amigos. E ser felizes e contentarmo-nos disso.
Na volta nunca seremos os melhores amigos do mundo. Mas somos intimamente e saudavelmente próximos. E isso até que vale a pena.
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