41. ?O mundo tal como o compreende Arendt (...) designa o cenário onde comparecem gerações humanas completamente distintas. [Neste] Cada geração tomaria emprestado dos objetos do trabalho sua durabilidade, a fim transmitir às vindouras suas mais preciosas e memoráveis experiências?.
FRANCISCO, M.P.S. ?Preservar e renovar o mundo?, in Revista Educação, Nº 4. São Paulo: Editora Seguimento, p. 33-34.
Para que a transmissão desses objetos fabricados e dessas experiências culturais vivenciadas entre as gerações das sociedades em geral, e da brasileira em particular, chegue a bom termo é necessário:
I Um juízo comum sobre o que, em suas experiências, é digno de ser salvo do esquecimento.
II Que as gerações vindouras reconheçam as experiências que lhe são transmitidas como preciosas também para si.
III Que os artefatos humanos, que podem perdurar para além das gerações, tenham um valor exclusivo para as gerações precedentes.
IV Que as funções da tradição saibam relacionar as experiências que julgam valiosas para si, cuja inteligibilidade só possa ser reconhecida verdadeiramente pela geração que as vivenciou.
As afirmativas corretas são
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) III e IV.
42. ?O texto monólogo de M. Melamed é uma crítica mordaz às sociedades do controle[...] Para o poeta[...] regurgitar esse excesso é retomar e reverter nossa talvez única vanguarda, a antropofágica. Não se trata mais de deglutir as vanguardas europeias para criar uma arte brasileira, mas de expelir as informações para refletir sobre o que de fato interessa devorar, repensando nossa condição de consumidores da cultura?.
FERNANDES, S. ?Antropofagia devastadora?, in Bravo, nº 89. São Paulo: Abril Cultural, p. 57.
Considerando-se o texto, a proposta estética do artista consiste em
(A) repelir toda influência exercida pelo imenso fluxo de informações europeias em nome de uma autêntica cultura brasileira.
(B) receber as influências culturais europeias para recusá-las, posteriormente, de modo irrevogável.
(C) assimilar as vanguardas europeias para integrá-las, posteriormente, no âmbito da cultura crítica nacional.
(D) acolher as vanguardas europeias sob a condição da possibilidade de rejeição refletida dos elementos inadequados ao interesse da cultura nacional.
(E) ingerir as influências vanguardistas europeias para expeli-las, de modo irreversível, pela crítica reflexiva em nome dos consumidores da autêntica cultura brasileira.
43. O pensamento liberal concebe, de acordo com o direito supostamente natural, o direito à propriedade, fruto do trabalho, como um bem indispensável à conservação da vida, cabendo ao Estado apenas a garantia, por meio de lei, de sua posse. Já o pensamento marxista concebe o Estado como a expressão política dos interesses econômicos da classe dominante.
A respeito da distinção entre as concepções marxista e liberal, julgue as afirmativas:
I Há relação entre política e economia, de acordo com o pensamento liberal.
II A relação entre política e economia supostamente não existe, de acordo com o pensamento liberal.
III Existe uma relação intrínseca entre política e economia, de acordo com o pensamento marxista.
IV Reconhece-se uma relativa autonomia da economia em relação à política, no pensamento marxista.
As afirmativas corretas são
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) II e IV.
(D) I e IV.
(E) III e IV.
44. No contexto da cultura ocidental e na história do pensamento político e filosófico, as considerações sobre a necessidade de valores morais prévios na organização do Estado e das instituições sociais sempre foi um tema fundamental devido à importância, para esse tipo de questão, dos conceitos de bem e de mal, indispensáveis à vida em comum.
Diante desse fato da história do pensamento político e filosófico, a afirmação de Espinosa, segundo a qual ?Se os homens nascessem livres, não formariam nenhum conceito de bem e de mal, enquanto permanecessem livres?
(ESPINOSA, 1983, p. 264), quer dizer o seguinte:
(A) O homem é, por instinto, moralmente livre, fato que condiciona sua ideia de ética social.
(B) Assim como o indivíduo é anterior à sociedade, a liberdade moral antecede noções como bem e mal.
(C) Os valores morais que servem de base para nossa socialização são tão naturais quanto nossos direitos.
(D) Não poderíamos falar de bem e de mal se não nos colocássemos além da liberdade natural.
(E) Não há nenhum vínculo necessário entre viver livre e saber o que são bem e mal.
45. Tendemos a concordar que a distribuição isonômica do que cabe a cada um no estado de direito é o que permite, do ponto de vista formal e legal, dar estabilidade às várias modalidades de organizações instituídas no interior de uma sociedade. Isso leva Aristóteles a afirmar que a justiça é ?uma virtude completa, porém não em absoluto e sim em relação ao nosso próximo?
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 332.
De acordo com essa caracterização, é correto dizer que a função própria e universal atribuída à justiça, no estado de direito, é
(A) conceber e aplicar, de forma incondicional, ideias racionais com poder normativo positivo e irrestrito.
(B) instituir um ideal de liberdade moral que não existiria se não fossem os mecanismos contidos nos sistemas jurídicos.
(C) determinar, para as relações sociais, critérios legais tão universais e independentes que possam valer por si mesmos.
(D) promover, por meio de leis gerais, a reciprocidade entre as necessidades do Estado e as de cada cidadão individualmente.
(E) estabelecer a regência na relação mútua entre os homens, na medida em que isso seja possível por meio de leis.
Gabarito
42d
43b
44d
45e
Fonte: http://questoesdefilosofiadaufpa.blogspot.com/2011/11/filosofia-e-ciencia.html