Afirmei há alguns posts atrás que tinha um problema com lojas de roupa cheias de gente. Citei lojas como a H&M e a Zara, que estão sempre cheias e nas quais sinto-me mal por ter de lá estar colada a tanta gente. Isto para não falar das filas para experimentar uma pecinha ou para pagar o que quer que seja. Citei igualmente o conforto de ir a uma loja como a Manoukian, que está quase sempre vazia.
Nevertheless nunca disse que não gosto da Zara. Aliás, grande parte da minha roupa (aka uns dez dos meus vinte vestidos e o meu unico par de calças) vem da Zara. E adoro essa marca (tinha de ser espanhola...). Não acho de todo que seja roupa de se usar apenas por um dia e de se deitar fora de seguida. Se puder, é roupa para guardar por muitos e largos anos. Acrescento à Zara outra loja que já foi minha "casa": a Promod. Adoravaaaaa a Promod, até estar no trabalho e ter as duas colegas com quem partilhava o open-space a adorarem também e vestirem imensa roupa de lá.
Se há algo que eu não gosto nesta vida é sentir que somos TODOS pinguins e que temos de vestir TODOS a mesma roupa, da mesma cor e do mesmo feitio. E isso é válido para a roupa, como para personalidades, feitios e até blogs. Todos queremos ser unicos, mas uns conseguem com mais sucesso que os outros. Cof, cof, cof.
Se queres saber de lojas que não frequento por nada deste mundo, tens a C&A. Acho-a super arrumada em Lisboa (penso na do CC Vasco da Gama), já lá entrei e comprei umas cuequinhas de algodão que me salvaram a vida durante uma viagem de poucos dias.
Agora a C&A em França tornou-se num mercado desarrumado e sujo. Nem todas as lojas são assim, mas das vezes em que lá entrei (obrigada e arrastada pelas amigas), sempre é a confusão geral. Detesto isso.
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Quando cheguei de Angola, fui morar em Montpellier, sem passar pela estaca "Paris". As lojas que lá haviam (não muitas) é que foram moldando o meu guarda-roupa. Muito fui eu à C&A. Sobretudo que tem uma marca chamada Yessica e gosto do nome (duh).
Mas em Montpellier, não havia H&M. Quando me falavam do nome dessa loja, sabia-me a IKEA. Como não havia em Montpellier, para mim, não existia. E isso infelizmente moldou-me ao facto de não estar habituada a esta marca - coincidencia ou não, tal como a IKEA (que hoje amodoro), também é Sueca.
No entanto, há alguns truques para evitar o banho de gente das nossas lojas preferidas (sim, não sei como é exactamente em Portugal ou no Brasil, mas aqui as lojas estão sempre cheias de dia 1 a 30 de todos os meses - sim, os Franceses ganham tããão bem!), como ir cedissimo de manhã ou comprar via net, aproveitando promoções.
O que acontece por vezes é quando estamos em pleno sábado a andar numa rua cheia de lojas (é que aqui não há shoppings a cada esquina) com uma amiga que finalmente entramos nas Zaras deste mundo e perdemo-nos com outras 100 mulheres em 25 metros quadrados. Outra coisa - essencial para meus olhos - não gosto de comprar roupa TODA A HORA. Digo isto porque tenho amigas que se ao sair do trabalho, não vão comprar quelque chose, dá-lhes um fânico e passam mal a noite.
Gosto de comprar UM vestido e saboreá-lo a sério. Tirar fotos com o dito cujo, andar com ele na rua, experimentar com camisas e collants diferentes, ver como me fica e namoriscá-lo. E para comprá-lo, é preciso eu apaixonar-me perdidamente com ele e sonhar que ele é meu. E se fôr um Manoukian, que seja. Se fôr um Zara, que seja. Se fôr um sem marca, que seja. A verdade é que desta vez, apaixonei-me por um H&M!
Pois é. Entrei na H&M. Além de ter entrado, ainda lá comprei quelques choses. Fui num dia de semana pelas onze horas da manhã. Não havia muita gente. Exactamente como eu gosto. Tudo arrumadinho ou então, vi tudo a ser arrumado à minha frente. E não demorei lá muito tempo pois sabia bem o que queria. Meias coloridas. Não as encontrei à primeira vista o que me deu tempo para passear pela loja. Foi então que vi O vestido. Era exactamente como eu gosto, daqueles vestidos, como eu digo, que ao passar por eles, gritam-me "Elite, quero ser teu, leva-me contigo". Dito e feito, trouxe-o comigo.
Muitos dias depois, durante um jantar, mostrei a uma amiga o dito cujo. A resposta não se fez tardar "Elite, já foste de novo gastar o teu dinheiro num vestido, não é?".
Euh...
"Não, é um H&M!". Devo ter repetido esta frase umas quinze vezes desde que o comprei. Se a H&M continuar com modelos deste género, a Manoukian pode começar a esquecer-me (not).
It does not matter how much your clothes are really worth, you gotta make them and yourself look expensive*.
*Pouco importa o quanto vale a tua roupa. O que conta é que pareça caro.