Filosofia
Assistam Dog Ville
Bem, vamos tentar responder às premissas de Millör. Vou começar pela segunda frase:
- "O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O socialismo é o contrário"
É possível imaginar um sistema político e econômico que não tenha relações com o Capitalismo? Lembrando que o termo "Capitalismo" não tem apenas um referente. Na verdade, podemos distinguir as palavras: Capitalismo, Capitalismo Comercial, Capitalismo Industrial e Capitalismo Financeiro.
O capitalismo começa na Europa nos séculos XI ao XV aproximadamente. Nesse momento, a Europa vivia a situação feudal, porém, também era a época dos Cruzadas, estes representaram a viabilização do comércio entre vários países.
Os governos eram absolutistas e a tarefa maior era garantir o mercantilismo, através de colônias que pudessem representar lucro em ouro e prata. Dai surge, um agente novo nessa relação: O Burguês, que não era nobre, mas conseguia dar fluxo à moeda, fazia-a ir e vir.
Capitalismo, portanto, é o acúmulo de "capital", de moeda e se mantém principalmente pela propriedade privada.
Capitalismo Comercial: Existiu ainda na economia mercantilista, representa os séculos XV à XVIII. Foi marcado pelo período das Grandes Navegações como a de Cabral. É um momento de colonização de África e América para designar o período. Existe circulação de dinheiro através da comercialização além-mar. Mas ainda não há produção, maquinários, definições de trabalho, salvo a mão de obra escrava.
Capitalismo Industrial: Podemos dizer que ele vai dos séculos XVIII até o início do século XX. Nesse período encontramos a primeira máquina à vapor, criada por James Watt que penso particularmente representar o início da tecnologia moderna. Ainda existem impérios mas muitos estão em crise. Houve a Revolução Francesa, marco do papel da burguesia na economia das nações. As primeiras indústrias vão surgindo e se aprimorando cada vez mais, trabalhadores, antes apenas rurais, agora começam a aprender usar máquinas. As escolas aumentam também (antes eram apenas para as elites). O campo começa a ser trocado pelas cidades que prometem trabalho. E o trabalhador inicia um novo projeto, agora tem um salário. Mas qual o salário? Quanto vale sua força de trabalho? QUais as condições de trabalho? O filósofo Karl Marx é desse período e faz uma ilustre crítica em sua obra: "O capital". Interessante é que a primeira vez que se institui sindicatos e as categorias trabalhistas se unem com o mesmo objetivo.
O dinheiro agora não está nas mãos de um Senhor Feudal ou de um nobre protegido por uma coroa real, mas nas mãos de burgueses, de quem podia não apenas comercializar, mas também fabricar bens de consumo.
Capitalismo Financeiro: Já vem no período posterior que é marcado pelo capital concentrado nas mãos de grandes coorporações e das famosas "sociedade anônimas", ou seja, S.A. Assim, os bancos, por ex, passam a ter grande poder sobre a economia..Nesse contexto, o capital é finalmente internacionalizado. Um outro exemplo significante do período são as Multi-nacionais, presentes em vários países, mas, com sedes únicas no país de origem.
Muitos foram os críticos do sistema capitalista, que já vimos evolue ao longo da história, mas sempre deixa sequelas sociais. Afinal, há sempre a presença de riqueza e miséria, antagonicamente paralelas.
Nos dias atuais presenciamos a Globalização em tese deveria ser a união de recursos e isso incluiria uma melhora nas regiões demográficas mais carentes.
Porém, ainda assistimos à antagonismos e a explorações...
No entanto, e o sistema socialista? "Socialismo" também não é um termo elementar.
Podemos dizer a priori que seria uma teoria que se volta contra a exploração e às desigualdades, ou mesmo, que seria uma teoria voltada não para o lucro, mas para o bem-estar da população. Temos, por ex, as seguintes teorias: Socialismo Utópico (sec. XIX-XX) e o Socialismo Crítico (Sec. XIX e XX).
O socialismo prevê, entre outros, o controle da sociedade privada, mas isso não quer dizer necessariamente "Comunismo". O socialismo necessita que Estado exerça o controle econômico. Já o Comunismo, ou, Socialismo Crítico, idealizado por Karl Marx, no final do sec. XIX, prevê que a própria classe trabalhadora detenha esse poder.
Um dos paises que tentaram incorporar as idéias de Marx foi a Rússia, que de império se torna uma República Socialista em 1917. Lá o Estado tinha total controle. No entanto, na prática ainda houve explorações e principalmente controle de liberdades individuais. Doravante, saúde, transporte e emprego eram responsabilidade total do Estado.
Em si a ideologia socialista é positiva quando prevê o final das desigualdades..Porém, dificil demais essa prática, principalmente se o Estado tiver controle soberano.
Os trabalhadores explorados pelos Csares, tornaram-se explorados por Lênin.
Em Cuba, os trabalhadores tiveram muitos direitos físicos, muito mais que na época de Fugêncio Batista, mas, perderam o direito de expressão e a miséria também existe lá, o país não conseguiu a produção interna necessária.
Parece-me que miséria, exploração e corrupção, independe de correntes econômicas. Nesse momento é bom citar Hobbes quando diz que o "homem é o lobo do homem"..
Assim, penso que o problema não é especificamente o sistema sócio-econômico que uma nação apresenta, mas fundamentalmente o próprio sujeito do processo, o homem, que em sua essência primitiva, ainda tem psiquê primata, mantém uma sociedade onde os fortes ainda dominam os fracos..os explorando.
Mesmo com toda a evolução estamos marcados pelas diferenças gritantes e talvez seja porque já nascemos diferentes. E quando digo "mais forte", não estou dizendo, em síntese, o mais rico. Um traficante em uma comunidade pode ser o mais forte, uma babá pode ser mais forte que a mãe da criança quando ela tem mais tempo, etc...Parece que o mais forte é alguém que detém uma ferramenta que nem todos têm, essa pode inclusive ser o conhecimento e nem precisa ser sofisticado, basta ser um pouco a mais...
Pessoas sem recursos também podem explorar outras pessoas. Sobre isso, seria interessante assistir ao filme "Dog Ville" de Lars Von Trier, de 2004.
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