Da cultura dos shopping centers que não existe em Paris
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Da cultura dos shopping centers que não existe em Paris


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Querida Sofia,

Como matar um Parisiense em uma hora? Basta enfiá-lo num shopping. Trancá-lo num espaço fechado. Obrigá-lo a comer dentro do restaurante e não na terrasse.
Os Parisienses estão sempre à procura do sol ou do ar fresco (mesmo que muitas das vezes seja para fumar). E mesmo quando o tempo está mais frio, as terrasses têm aquecedor. E mesmo quando neva, os mercados de Natal estão cheios. E mesmo que chova, estão na rua. Uns amantes dos outdoors, estes meninos. Não há muitos shopping centers em Paris. A maioria e os mais conhecidos encontram-se nas portas da cidade. Dentro de Paris, o it do shopping são as ruas comerciantes. Champs-Elysées, claro (mas os verdadeiros Parisienses odeiam), Saint-Germain (Ralph Lauren flagship store, por exemplo), rue de Rennes, rue de Rivoli, rue des Rosiers (imensas lojas vintage nessa rua). De seguida, os department stores, como as Galeries Lafayette, les magasins Printemps e o melhor do melhor, Le Bon Marché – todas estas ruas, avenidas e lojas dariam dezenas de cartas! – que são reputadas e frequentadas. E tal como não gostam de estar fechados em shoppings para compras, nem falemos sobre comer dentro de shoppings. Praças de alimentação? Acho que nem sequer existe. Preferiam, seguramente, dar-se um tiro.
E os cinemas – sobretudo os independentes - também estão nessa categoria: out out out. Os cinemas não são dentro de shoppings, são na rua. Vemos os cartazes, os preços, e as filas de espera na rua. Fui recentemente convidada a ir ao cinema no Studio Galante, em Maubert-Mutualité (perto de Saint-Michel / Panthéon). Um cinema independente, apenas uma sala, com filmes que já saíram do cinema há semanas. As pessoas esperam na rua que a porta abra minutos antes da sessão. Se não tens dinheiro para pagar e moras no bairro, pagas da próxima deixando o teu BI como caução. O menino que vende os bilhetes é o mesmo que vem ligar o ar condicionado e que põe o filme em marcha. Um je ne sais quoi de "estamos em casa". Fui ver the Ghost Writer (talvez um dos melhores filmes que vi este ano) e adorei a experiência. Acho que vou passar a privilegiar este tipo de cinemas, mais pequenos, mais “do bairro”. Isso é curtir ainda mais Paris. Isso é ser ainda mais Parisiense.




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