David Hume (1711-1776) e o Entendimento Humano
Filosofia

David Hume (1711-1776) e o Entendimento Humano


Nascido a 7 de maio de 1711 na Escócia, David Hume foi um filósofo empirista quanto ao problema da origem do conhecimento, cético em relação à metafísica e utilitário altruísta em assuntos morais e políticos. Concebeu a filosofia como ciência indutiva da natureza humana e chegou à conclusão de que o homem é muito mais prático e sensitivo do que racional. Ele queria desenvolver uma ciência da mente e da natureza humana tão coerente e confiável como a física praticada por Newton e seus contemporâneos.
Baseado em analogias observadas entre os processos físicos e mentais, ele propõe uma nova visão de como as impressões sensoriais se reúnem para formar idéias.
As impressões sensoriais, afirma Hume, reúnem-se em nossas mentes se forem semelhantes umas às outras ou se as experimentarmos conjuntamente. Em outras palavras, elas se reúnem em nossas mentes por associações. Esse associacionismo de Hume baseia-se em uma visão empírica do entendimento, mas ao mesmo tempo nos afasta co conhecimento empírico: Aquilo que conhecemos é formado com base em semelhanças e coincidências, e essas relações não são tão confiáveis quanto às leis científicas formuladas por Newton.
Parte do problema, disse Hume, deve-se à diferença entre fatos e razão. Fatos são apenas fatos. Você não pode usá-los para dizer algo seguro sobre outros fatos. Além disso, eles não são logicamente necessários. Não temos como saber se o que existe tem de existir ou se algo diferente poderia ter existido com a mesma facilidade.
Por outro lado, existem conexões lógicas que podemos estabelecer entre idéias. Mesmo assim, essas conexões informam apenas sobre as relações, não sobre os fatos. Isso significa que fatos e relações lógicas estão separados como as pontas de uma forquilha. Podemos associá-los em nossas mentes, mas são coisas diferentes. Fatos acidentais e relações lógicas não podem se unir para informar ao certo o que é a realidade. Tudoo que podemos fazer é levantar hipóteses.
Hume afirmou que tendemos a acreditar que as coisas têm causas, mas não é possível saber quais coisas em particular causam outras. Porque formamos crenças sobre causas baseadas em associações que fizemos. Essas associações não nos informam como as coisas realmente acontecem. Pelo contrário, elas refletem a maneira como nossos instintos naturais, hábitos e convenções sociais formaram nossa crença sobre o mundo.
Hume afirmou que a experiência, embora seja a nossa única fonte de conhecimento, não pode nos informar muita coisa sobre a realidade. Assim, a maioria das crenças baseia-se no hábito, na convenção e na natureza humana. De forma semelhante, as ações das pessoas em si não são boas ou más, mas produzem juízos de valor dentro de nós. Todas as ações são apenas fatos, e esse fato faz as pessoas julgarem o fato como bom ou mal. Essa tendência a julgar faz parte da natureza humana. Está dentro de nós e não no evento ao qual reagimos. Assim, nossas ações, e em grande parte, nossas crenças são determinadas mais pelo desejo que pela razão.
Nas palavras de Hume: “A beleza das coisas existe nas mentes que as contemplam.”
David Hume morre em 25 de agosto de 1776.



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