Filosofia
Eleitor idoso cresce 80%
Eleitor idoso cresce 80% em 10 anos
Votantes idosos sobem de 13.652 para 24.514, mesmo sem a obrigação de ir às urnas
Tisa Moraes
Para muitas pessoas acima dos 70 anos, esta semana é de dupla comemoração. Hoje, elas celebrarão o Dia Internacional do Idoso e, no próximo domingo, a possibilidade de ajudar a escolher os representantes do PaÃs. Apesar de, nesta faixa etária, o voto ser facultativo, muitos ainda fazem questão de ir à s urnas, com o entendimento de que ainda podem – e devem – continuar participando das decisões que influenciam diretamente a vida de toda a população.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bauru conta, atualmente, com 24.514 eleitores com mais de 70 anos. O montante é 80% superior ao contabilizado há dez anos, quando 13.652 eleitores estavam acima desta faixa de idade.
Para se ter uma ideia de como o salto é significativo, basta considerar que o crescimento do número total de eleitores em Bauru foi de apenas 18% no perÃodo, alcançando a marca de 257.990 votantes em agosto de 2014.
O fenômeno parece estar diretamente relacionado ao aumento da expectativa de vida, que provocou elevação no percentual de idosos em comparação ao restante da população.
Mas, para o professor de filosofia e antropologia da Universidade Sagrado Coração (USC), Silvio Motta Maximino, o que leva este público a continuar votando é o fato de continuar inserido na sociedade, com melhor qualidade de vida e com o anseio de melhores condições de transporte, educação, saúde, segurança e lazer.
“O idoso de hoje tem um perfil psicológico e sociológico completamente diferente do idoso de 40 anos atrás. Ele se sente parte da sociedade em que vive e, portanto, quer exercer seus direitosâ€, pondera.
‘Lugar ao sol’
Atualmente, os idosos que não têm obrigação de votar correspondem a 9,5% do total de eleitores bauruenses, ainda de acordo com o TSE. Mas muitos, como Vicente de Paulo Ayello, 77 anos, ainda fazem questão de escolher seus representantes a cada dois anos.
“É importante todo mundo exercer seu direito de cidadão para que o Brasil melhoreâ€, opina. O aposentado revela que, por meio dos jornais e da televisão, procura estudar a história dos candidatos para poder fazer a escolha mais consciente possÃvel.
Mas ele reclama que, até agora, não identificou qualquer projeto polÃtico que garanta melhorias para a terceira idade.
“A maioria nunca pensa nos idosos, que estão cada vez mais ativos e precisando ter mais acesso a polÃticas públicas. Antes, a gente ficava esquecido em uma cadeira de balanço, sem fazer nada. Agora, a gente também quer um lugar ao solâ€, analisa.
Assim como ele, Assumpta Dina Toni Fantini, 86 anos, vai à s urnas em todas as eleições e, nesta, não será diferente. Ela conta que, por estar em suas “plenas faculdades mentaisâ€, sente-se na obrigação de votar para tentar mudar uma situação polÃtica que, em sua análise, não está nada bem.
“Cada voto pode fazer a diferença. Se eu, sendo eleitora, deixar de votar, não terei o direito de reclamar depois dessa corrupção absurda. A gente tem o dever de escolher o melhor e acreditar que a gente pode mudar o PaÃsâ€, considera.
De olho no futuro
Otimista, a aposentada Faustina Cazerta Gonfiantini, 82 anos, considera “boa†a atual realidade brasileira, mas acredita que “ainda pode melhorarâ€. Pensando no futuro que aguarda seus filhos e netos, ela diz que nunca deixou de sair de casa até sua seção eleitoral para exercer seu direito de cidadã.
“Penso também na população mais sofrida. É um dever da gente, mesmo sem ser obrigada por lei, escolher bons candidatosâ€, pondera.
Nestas eleições, ela conta que definiu suas opções ainda no inÃcio da campanha e avalia que, cada vez mais, pessoas de sua faixa etária demonstram interesse em escolher representantes para assumir o poder. “Acho que a participação está crescendo. Só sei que eu nunca pensei em não participar. Até quando viver, eu irei votarâ€, completa.
‘Eles sabem o valor do voto’
Para o professor Silvio Motta Maximino, o interesse de pessoas da terceira idade em participar das eleições também está vinculado ao processo histórico vivenciado por elas. Como ficaram 21 anos impedidas de votar durante o regime militar que perdurou de 1964 a 1985, hoje valorizam o exercÃcio deste direito mais do que as novas gerações.
“Vemos que o Ãndice de votos nulos, brancos e abstenções ainda é muito alto, o que demonstra uma certa apatia e desestÃmulo dos mais jovens. Em contrapartida, muitos idosos fazem questão de votar, mesmo não sendo obrigados. Entendo que isto ocorre por uma questão de amadurecimento da cidadania. Eles sabem o valor do voto e da democraciaâ€, analisa. fonte: http://www.jcnet.com.br/Eleicoes-2014/2014/10/eleitor-idoso-cresce-80-em-10-anos.html
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