Grey's Monotony
Filosofia

Grey's Monotony


Querida Sofia,
Aconteceu pela primeira vez há semanas atrás. E de novo a semana passada. E repetiu-se esta semana. Pessoas no trabalho virem ao meu open-space para dizerem-me que eu visto-me (mesmo) bem. Que levo cores e roupas diferentes para o trabalho. Parece que o little work que eu ando a fazer em mim mesma para fugir à Grey's Monotony está a ter sucesso. Não falo de sucesso para com os outros mas para comigo mesma. Vestir-me de cinzento não me coloca num estado de espírito que me afecte. Não acho que seja a cor da nossa roupa que determine completamente quem somos ou a nossa maneira de ver a vida e o mundo. Conheco alguém que se veste muito de amarelo e nem por isso é uma pessoa que veja a vida de maneira colorida. No entanto, consigo inspirar-me em músicas antes de me vestir. Rock para os dias mais ousados, música calma para os dias mais suaves, música mexida para os dias nos quais se quer ser diferente, música comercial para os dias que se querem todos iguais. Mesmo que só tenhamos - vá - umas quinze peças de roupa no armário (que é o meu caso) podemos fazer combinações nas quais nos sintamos confortáveis. E com a sensação de conforto, vem a confiança. E com a confiança, o mundo pertence-nos. No fundo, não é a cor da roupa que vestimos que conta no processo inteiro. Conta. Mas para parte do processo. Se alguém nos quer pisar, vamos sair mais fortes. Se alguém nos humilha, não vamos responder da mesma moeda e vamos ser maiores. Mesmo estando sozinha em casa, vamos saltar com a nossa música preferida. E se o vizinho olhar para nós pela janela, não vamos ligar. Vamos sorrir e dizer que ninguém nos pode fazer (tanto) mal. Se vier uma vontade de chorar, despejar tudo cá para fora, vamos fazê-lo. Sem culpas. Com alívio. E no final até vamos sorrir.
E quando alguém entrar no teu escritório para dizer frente às tuas colegas o quanto te vestes bem, vais sorrir e sentir que tu sabes e que o mundo inteiro pode saber : you are just fine.



Vestido : Manoukian
Cardigan : Hoss Intropia
Collants : Pamela Mann
Lenço : comprado algures in South Africa em 1999
Sapatos : Minelli



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