O PROGRESSO DA CIÊNCIA
Kuhn e o não-científico na ciência
Muitos filósofos se interessaram em pensar criticamente a ciência, seus fundamentos, seus limites e seu progresso. Thomas Kuhn contribuiu a esse respeito.
Em primeiro lugar, é importante salientar que a ciência é uma atividade racional e humana. Essa atividade, como muitas outras, é influenciada por problemas humanos de natureza variada, como emocionais, políticos, linguistícos, sociais e religiosos.
Kuhn percebeu que essas influências são inerentes à racionalidade humana e se propôs a pensar a ciência a partir delas e de acordo com a seguinte linha de desenvolvimento: pré-ciência, ciência normal, crise, revolução científica e nova ciência normal.
O conceito mais importante é o de paradigma, que é o modelo d ciência normal. Durante um tempo, todos os cientistas procuram orientar as suas pesquisas a partir de um modelo, de uma maneira de ser preservar a verdade científica. O que não se encaixar nesse modelo será excluído; será considerado anomalia, o que também pode indicar que o cientista não aplicou o modelo e sua metodologia.
Para Kuhn, o determinante das normas da ciência é o paradigma aceito pelos cientistas. Mas, por motivos nem sempre racionais, os cientistas mudam de paradigma, a partir de uma crise da ciência normal, o que, em geral, é fundamentado na anomalia, isto é, quando a ciência normal não consegue responder a alguns problemas, como a órbita de Mercúrio para a Física newtoniana.
Essa crise se estende até uma revolução científica, quando a maneira de se fazer ciência muda completamente. Quando ocorre essa mudança, segundo Kuhn, chega-se a uma nova ciência normal a partir desse momento praticada sob um novo paradigma.
Precisa-se considerar que a racionalidade científica encontra problemas dentro e fora do seu espaço de ação. Dentro de seu espaço de ação são as anomalias e fora desse espaço são as necessidades humanas da pesquisa científica. As instituições, empresas e governos procuram fazer com que a ciência seja feita em função de seus interesses, não apenas por mera curiosidade.
Os falsificacionistas
Para os falsificacionistas, a ciência progride pela tentativa de superação das teorias. Com base nas considerações de Alan Chalmers, no Livro O que é Ciência afinal?, pode-se pensar o progresso da Física segundo os falsificacionistas.
O primeiro grande físico seria o filósofo Aristóteles. Sua teoria explicava por que os objetos caiam (para encontrar eu lugar natural) ou, também, como funcionava o sifão (a impossibilidade do vácuo). A Física de Aristóteles foi falsificada várias vezes. A Física de Newton era capaz de explicar melhor que a Física de Aristóteles diversos fenômenos; por exemplo, alei da gravidade era melhor que a teoria da posição natural, há muito refutada. No entanto, a Física de Newton não explicava alguns fenômenos, como a órbita do planeta Mercúrio. A Física de Einstein, por sua vez, era capaz de explicar não só onde a Física de Newton era bem-sucedida, mas explicava, também, o que foi refutado dessa teoria. Agora, os cientistas procuram ir além dessa teoria A teoria de Einstein é melhor que a de Aristóteles e que a de Newton; no entanto, apesar de ser a melhor disponível, poderá ser superada um dia, pois o melhor que temos não é o definitivo.
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Fontes: (SÃO PAULO-SEE, Caderno do professor: filosofia, EM, 1ª S., V.2, pp.18-19)
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