Lutero e a Reforma Religiosa
Filosofia

Lutero e a Reforma Religiosa



Um evento fundamental na vida do monge agostiniano Martinho Lutero foi a viagem que fez à Roma em 1511. A escandalosa vida na corte pontifícia e o desolador espetáculo da venda das indulgências, o convenceram a iniciar um protesto que abalaria a Europa. Em 1517, ele afixou na porta de seu convento em Wittenberg as 95 Teses sobre as Indulgências propondo-se a discuti-las com seus coirmãos. No decorrer de poucos anos, o rompimento com Roma tornou-se irreversível e Lutero transformou-se no fundador da nova religião protestante.
Seus textos, colocavam em discussão a existência da própria Igreja, do clero e dos sacramentos, além da questão das indulgências; e desencadearam uma reação certamente superior às expectativas do próprio Lutero. O monge abandonou o hábito, casou-se com uma ex-freira e se dedicou ao esclarecimento das novas doutrinas teológicas, e também à tradução da Bíblia para o alemão, o que possibilitou a cada cristão ler em seu próprio idioma[1], e não apenas ouvir em latim, as palavras de Deus.
Para Lutero somente a leitura do evangelho é eficaz na manutenção e conservação da fé, que é o único caminho à salvação. O homem, teria duas dimensões: uma espiritual e outra corporal. E uma não influencia a outra. Atos, obras e comportamentos não influem na espiritualidade e podem muitas vezes ser hipócrita. Portanto, não são as ações mas, somente a fé, que conduz à salvação. Apesar de interiormente justificado pela fé, o homem não pode ficar ocioso ou praticar o mal, pois ele deve aumentar essa fé e essa suficiência até a outra vida. Enquanto ele permanece nesta vida corporal, deve governar seu próprio corpo. O homem deve agir bem, não para satisfazer a Deus, mas sim por que as boas ações são somente o fruto da fé interior. O corpo deve ser adestrado e exercitado para que se torne obediente em conformidade com o homem interior e com a fé. Boas e Justas ações não tornam jamais um homem bom e justo, mas um homem bom e justo pratica ações boas e justas; más ações não tornam jamais um homem maldoso, mas um homem maldoso pratica más ações.
De acordo com Lutero, a vontade humana não é livre. O homem deve escolher entre duas servidões: ou Deus ou Satanás. A história humana é a história destes dois cavaleiros a disputar entre si para ter e possuir o homem.
A reforma religiosa participou de modo decisivo do desencadeamento da revolução científica. Os reformistas pregavam que uma forma de se apreciar a existência de Deus era através das descobertas na ciência e por isso essas foram incentivadas, proporcionando uma propulsão ao desenvolvimento da revolução científica.


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[1] Depois que Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, diversas traduções foram feitas pela Europa no idioma local.



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