Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro - Fundação Escola de Serviço Público - FESP RJ - 2008
Filosofia

Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro - Fundação Escola de Serviço Público - FESP RJ - 2008



Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro - Fundação Escola de Serviço Público - FESP RJ - 2008  
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

26. É comum explicar o nascimento da filosofia cronologicamente,dando destaque a seu início entre os gregos antigos. Para um aluno iniciante, isso muitas vezes faz pensar que se trata de uma disciplina sem atualidade. Porém, Aristóteles, na abertura da sua Metafísica, faz uma afirmação que pode sugerir que o pensamento filosófico possui uma origem não cronológica. Segundo ele:
A) Todos os homens, por natureza, experimentam a dúvida.
B) Todos os homens, por natureza, tendem ao saber.
C) Todos os homens, por natureza, são criadores.
D) Todos os homens, por natureza, buscam um método.
E) Todos os homens, por natureza, odeiam as sensações.

27. Muitas vezes, somos surpreendidos pela compreensão "naturalista" que os primeiros pensadores da escola jônica tiveram da realidade. Tales de Mileto dizia que "tudo é água". Essa atitude, que pode parecer mitológica ou científica, possibilitou, segundo Hegel nas suas Preleções sobre a História da Filosofia, o nascimento do pensamento filosófico porque aí começa:
A) uma compreensão natural da natureza
B) uma interpretação objetiva da realidade
C) uma aproximação do ente imediato
D) uma aproximação da percepção sensível
E) um distanciamento da percepção sensível

28. Mesmo com todas as suas diferenças em relação a Hegel, Nietzsche também reconhece Tales de Mileto como o primeiro filósofo, justamente por ele ter dito que a água é a origem de todas as coisas. Para Nietzsche, em A filosofia na época trágica dos gregos, é preciso levar tal afirmação a sério, pois ela:
A) dá uma explicação imanente para o ser; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é um"
B) dá uma explicação imanente para o ser; o faz por meio da poesia; e contém o pensamento "tudo é um"
C) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é um"
D) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é físico"
E) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é múltiplo"

29. "O ser é tão pouco como o não-ser; o devir é e também não é. As determinações absolutamente opostas estão ligadas numa unidade; nela temos o ser e também o não-ser. Dela faz parte não apenas o surgir, mas também o desaparecer; ambos não são para si, mas são idênticos". Nesta passagem de suas Preleções sobre a história da filosofia, Hegel está citando e comentando o pensamento pré-socrático de:
A) Tales de Mileto
B) Anaxágoras de Clazômenas
C) Empédocles de Agrigento
D) Heráclito de Éfeso
E) Parmênides de Eléia

30. Nietzsche considera que Parmênides "animou aquela divisão completamente errônea entre corpo e espírito que, especialmente desde Platão, pesa sobre a filosofia como uma maldição". Isso, contudo, é já uma conseqüência da tese central de Parmênides, pois ele foi o pensador pré-socrático que escreveu que:
A) "como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém"
B) "necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, e nada não é; isto eu te mando considerar"
C) "conjunções o todo e o não todo, o convergente e o divergente, o consoante e o dissoante, e de todas as coisas um e de um todas as coisas"
D) "o espírito sempre é, também agora deveras onde são também as outras (coisas) todas"
E) "tudo que é conhecido tem número; pois nada é possível pensar ou conhecer sem ele"

31. Por conta de sua atuação junto aos jovens gregos, Sócrates passou à história como possível modelo de educador. Seu método dialético procurava questionar as teses que eram apresentadas pelo interlocutor. Seu objetivo, com isso, era:
A) Passar seu saber ao interlocutor, contribuindo para a sua formação de acordo com a filosofia.
B) Explicitar a insustentabilidade da objetividade de toda e qualquer tese, mostrando que "o homem é a medida de todas as coisas".
C) Purificar o interlocutor das opiniões falsas que ele tinha, abrindo caminho para que se chegasse à verdade.
D) Extinguir as teses frágeis e incorretas do interlocutor, provando que a verdade é relativa.
E) Contribuir para a subversão da ordem social estabelecida, o que o levaria a ser condenado à morte.

32. Na sua República, Platão expõe, no Livro VII, a famosa "alegoria da caverna". Sócrates, personagem central do diálogo, busca com ela fornecer a Glauco, seu interlocutor, uma imagem do que dissera antes. Para ele, a saída do prisioneiro da caverna é "a ascensão da alma para a região do inteligível". No limite extremo desta região encontra-se a idéia suprema, comparada ao sol. Ela precisa ser contemplada por quem quiser:
A) agir com sabedoria exclusivamente na vida pública
B) agir com sabedoria exclusivamente na vida particular
C) agir com sabedoria tanto na vida pública como na particular
D) abdicar de agir em prol da dedicação ao pensamento puro
E) deixar de agir apenas na vida privada em prol da ação política

33. Platão foi o maior responsável pela imagem perpetuada até hoje dos sofistas. No Livro X de sua República, é sugerida uma aproximação entre eles e os artistas, já que ambos dão "a impressão de poder fazer tudo". Neste contexto, Platão afirma que, quando encontramos alguém assim, devemos:
A) louvá-lo, pois pode ser um gênio
B) elogiá-lo, por conta de sua versatilidade
C) fugir, pois pode ser demoníaco
D) desconfiar, pois pode ser um charlatão
E) testá-lo, para ver se de fato faz tudo

34. Platão reconhece, no Livro X de sua República, o poder que possui a poesia sobre os homens. Seus efeitos poderiam influenciar pesadamente nossas emoções. Segundo ele, nesse contexto, a poesia é, sobretudo, capaz de:
A) estragar as pessoas sérias
B) corromper o espírito do filósofo
C) sublimar os maus sentimentos
D) edificar o homem moralmente
E) estimular a parte superior da alma

35. Platão classifica, no Livro X da sua República, os pintores como imitadores. Mas isso ainda é pouco, pois ele diz mais. Platão esclarece o que os pintores imitam. Segundo ele, os pintores imitam:
A) a realidade
B) a natureza
C) os conceitos
D) a aparência
E) a verdade

36. Na sua Metafísica, Aristóteles afirma que a sabedoria é ciência sobre certos princípios e certas causas. Ele busca examinar, então, as concepções que temos do sábio. Para ele, dentre as ciências, a de mais alta sabedoria é aquela que é escolhida:
A) por conta dos resultados que produz
B) por si e unicamente em vista do saber
C) por possuir valor político
D) por conter orientação prática
E) por ficar dentro dos limites das sensações

37. De acordo com a leitura da Ética a Nicômaco, podese dizer que o elemento central da ética aristotélica é a felicidade, que consiste na atividade da alma segundo a virtude. Para Aristóteles, a virtude encontra-se:
A) no meio-termo, no equilíbrio
B) na pureza, na ingenuidade
C) no amor, no coração
D) nas emoções, nos sentimentos
E) no ascetismo, na frieza

38. Na primeira de suas Meditações Metafísicas, René Descartes coloca em marcha seu método dubitativo. Na sua filosofia, o objetivo último de tal procedimento era:
A) mostrar que não podemos confiar em nada
B) evidenciar que os sentidos nos enganam
C) estabelecer a incerteza como espírito filosófico
D) alcançar uma verdade primeira que fosse segura
E) demonstrar que a razão não desvenda os mistérios das coisas

39. Uma passagem dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Médio ensina: "Graças a uma história de pelo menos 2.500 anos, a Filosofia acumulou um vastíssimo corpo de conhecimentos, constituindo-se num dos maiores conjuntos bibliográficos de um único gênero. Esse conjunto poderia ser apresentado, simplificadamente, como uma moeda, que possui duas faces: uma refere-se às diversas dimensões sobre as quais a elaboração filosófica se produz, como, por exemplo, a natureza, a arte, a linguagem, a moral, o conhecimento etc; a outra refere-se às diversas perspectivas filosóficas em que essas dimensões são abordadas, os diferentes sistemas, diferentes tradições e correntes em Filosofia". Esta segunda face da moeda poderia parecer exterior ao filosofar propriamente dito, porém, ela pode ser experimentada no interior dos próprios textos filosóficos. No início da quarta parte do Discurso do método, por exemplo, Descartes indica a sua relação com certa escola de pensamento que desejava superar. Segundo ele, a verdade "eu penso, logo existo" era tão firme e certa que não poderia ser abalada nem pelas mais extravagantes suposições dos:
A) racionalistas
B) realistas
C) idealistas
D) deterministas
E) céticos

40. Na abertura do Discurso do Método, Descartes, incisivamente, afirma aquilo que, para ele, é a coisa do mundo melhor partilhada. Para ele, esta coisa é:
A) a fé
B) a ignorância
C) o bom senso
D) a dúvida
E) a certeza

41. Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume são alguns dos mais importantes nomes da tradição empirista, corrente filosófica desenvolvida especialmente na Inglaterra e nos países de língua inglesa. No pensamento de Hume, é fundamental sua conclusão sobre o que se pode chamar de "identidade pessoal". Para ele, o "eu" é definido como:
A) feixe de percepções
B) folha em branco
C) substância pensante
D) sujeito transcendental
E) espírito absoluto

42. David Hume dedicou grande parte de seu trabalho filosófico à investigação acerca do entendimento humano, especialmente no que diz respeito às relações entre idéias e impressões, isto é, sensações. Para ele:
A) as idéias são fracas e obscuras; enquanto as impressões, isto é, sensações, são fortes e vivas
B) as idéias são fracas e obscuras; bem como as impressões, isto é, sensações, que também são fracas e obscuras
C) as idéias são fortes e vivas; enquanto as impressões, isto é, sensações, são fracas e obscuras
D) as idéias são fortes e vivas; bem como as impressões, isto é, sensações, que também são fortes e vivas
E) as idéias são às vezes fracas e obscuras, às vezes fortes e vivas; bem como as impressões, isto é, sensações, que também são às vezes fracas e obscuras, às vezes são fortes e vivas

43. Kant encontra-se em um momento decisivo da história da filosofia moderna. Esse momento fica evidente quando ele admite, no prefácio para a segunda edição da Crítica da razão pura, duas opções que poderia seguir seu pensamento: aceitar que os conceitos se regulam pelo objeto ou supor que os objetos se regulam pelos conceitos. Sua decisão por um desses dois caminhos é apoiada no que ele pensa ser a própria experiência. Para Kant:
A) A experiência não é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra teria que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que seria expressa em conceitos a priori.
B) A experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra não tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que é expressa em conceitos a posteriori.
C) A experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a posteriori em mim só depois de me serem dados objetos e que é expressa em conceitos a priori.
D) A experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que é expressa em conceitos a posteriori.
E) A experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que é expressa em conceitos a priori.

44. Kant afirma, a certa altura do prefácio para a segunda edição da Crítica da razão pura, que pretende escrever um tratado do método, e não um sistema da ciência em si. Seu objetivo, contudo, não era tão humilde quanto pode parecer, pois ele pretendia fazer o método até então usado na metafísica passar por uma "completa revolução". Esta revolução está relacionada ao fato de Kant afirmar que:
A) No conhecimento a priori não se pode acrescentar aos objetos nada a não ser o que o objeto pensado oferece por si mesmo.
B) No conhecimento a priori não se pode acrescentar aos objetos nada a não ser o que o sujeito pensante não retira de si mesmo.
C) No conhecimento a priori não se pode acrescentar aos objetos nada a não ser o que o sujeito pensante retira de si mesmo.
D) No conhecimento a priori não se pode acrescentar aos sujeitos nada a não ser o que o objeto pensado oferece por si mesmo.
E) No conhecimento a posteriori não se pode acrescentar aos objetos nada a não ser o que o sujeito pensante retira de si mesmo.

45. Não é incomum, na história da filosofia, encontrar a tematização, na forma de um embate, da relação entre o conhecimento e a crença. Kant também toma posição a esse respeito. Em famosa frase sobre o assunto, na Crítica da razão pura, ele afirma que precisou:
A) suprimir a fé para obter lugar para o saber
B) suprimir o saber para obter lugar para a fé
C) suprimir a fé e o saber para obter lugar para a moral
D) suprimir a moral para obter lugar para a fé e para o saber
E) obter lugar conjunto para a fé e para o saber

46. Para a filosofia de Kant, o conhecimento da razão pode ser referido de dois modos a seu objeto. No prefácio para a segunda edição da Crítica da razão pura, ele então explica que há:
A) o modo teórico, visando apenas refletir sobre o objeto e seu conceito; e o modo prático, visando apenas determiná-lo
B) o modo teórico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo prático, visando apenas refletir sobre ele
C) o modo teórico, visando realizar ou tornar real o objeto e seu conceito; e o modo prático, visando apenas determiná-lo
D) o modo teórico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo prático, visando também realizá-lo ou torná-lo real
E) o modo teórico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo estético, visando também realizá-lo ou torná-lo real

47. Em Para a crítica da economia política, de 1859, Karl Marx antecipou, em grande parte, as linhas-mestras do que viria a ser sua mais famosa obra, O Capital. Pode-se ler já ali, por exemplo, que:
A) O processo em geral da vida social condiciona o modo de produção da vida material.
B) O modo de produção da vida material e o processo em geral da vida social não possuem relação de condicionamento.
C) O modo de produção da vida material e o processo em geral da vida social se condicionam mutuamente.
D) O modo de produção da vida material não condiciona o processo em geral da vida social.
E) O modo de produção da vida material condiciona o processo em geral da vida social.

48. No século XX, muitos movimentos políticos importantes tiveram em Marx sua grande inspiração. De fato, o próprio Marx fala, em Para a crítica da economia política, de "uma época de revolução social". Para ele, contudo:
A) Não se pode julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciência.
B) Só se pode julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciência.
C) Não se pode julgar uma época de transformação a partir de quaisquer critérios existentes.
D) Só se pode julgar uma época de transformação a partir da vontade dos homens que nela vivem.
E) Só se pode julgar uma época de transformação a partir da capacidade de seus líderes políticos.

49. Nietzsche empreendeu uma Genealogia da moral, com a qual desejou mostrar que os valores da tradição judaico-cristã eram basicamente niilistas. No prólogo do livro, Nietzsche enuncia sua nova exigência, segundo a qual:
A) Será preciso descobrir a verdade dos valores morais.
B) O próprio valor dos valores morais deverá ser questionado.
C) A vontade de vingança deverá operar contra a metafísica.
D) Os fracos deverão ser protegidos da vontade dos fortes.
E) A vontade de saber deverá prevalecer sobre todas as outras.

50. Na terceira dissertação da Genealogia da moral, tem lugar uma análise da arte, na qual Nietzsche ataca a compreensão ascética que dela tem certa tradição estética dentro da filosofia. Neste momento, Nietzsche condena, sobretudo, a concepção estética de origem:
A) platônica
B) aristotélica
C) kantiana
D) schilleriana
E) hegeliana

51. Martin Heidegger abre seu tratado Ser e Tempo, de 1927, com uma citação de Platão, do diálogo O Sofista, na qual pode-se ler: "pois é evidente que de há muito sabeis o que propriamente quereis designar quando empregais a expressão ?ente?. Outrora, também nós julgávamos saber, agora, porém, caímos em aporia". Esta citação prepara o terreno para que Heidegger lance a tese inicial de sua obra, que consiste em afirmar que:
A) Hoje temos uma resposta para a pergunta sobre o que queremos dizer com a palavra "ente".
B) Hoje também estamos em aporia por não compreendermos a expressão "ser".
C) Hoje também estamos em aporia por não compreendermos a expressão "ente".
D) Hoje a questão do ser, que é evocada pela "metafísica", não está mais trivializada.
E) Hoje a questão do ser, que é evocada pela "metafísica", caiu no esquecimento.

52. Heidegger explica, na introdução de Ser e Tempo, aquilo que chama de método de investigação que pretende utilizar na sua obra. Este método ou "modo de tratar" sua questão é:
A) dedutivo
B) indutivo
C) ontológico
D) fenomenológico
E) existencialista

53. No final da introdução de Ser e Tempo, Heidegger adverte o leitor "quanto à inadequação e falta de beleza do estilo das análises que se seguirão". É que, explica, "uma coisa é fazer um relatório narrativo sobre os entes, outra coisa é apreender o ente em seu ser". Para esta última tarefa, diz ele, faltam, na maioria das vezes:
A) as palavras e a gramática
B) a estrutura e a conjuntura
C) a filosofia e a poesia
D) a história e o destino
E) o método e o procedimento

54. Em seus escritos, Adorno criticou vigorosamente o que chamava de "indústria cultural". No âmbito da Escola de Frankfurt, não foi privilégio seu investigar as transformações de arte diante das inovações técnicas do mundo moderno. Walter Benjamin, por exemplo, considerava o cinema e a fotografia fundamentais para compreender a estética na sua época. Para ele, tanto um quanto outra indicavam uma importante mudança de ênfase naquilo que é a obra de arte, passando ela:
A) do valor de exposição para o valor de culto
B) do valor de culto para o valor de exposição
C) do valor de uso para o valor de troca
D) do valor de troca para o valor de uso
E) do valor de uso para o valor de exposição

55. Para o crítico Walter Benjamin, a situação da arte no século XX experimentou uma radical transformação, que ele tenta indicar no famoso ensaio "A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução". No final deste texto, Benjamin afirma que a humanidade tornou-se espetáculo para si mesma: "tornou-se suficientemente estranha a si mesma, a fim de conseguir viver a sua própria destruição, como um gozo estético". Isso, para ele, acontecia:
A) na politização da arte, como a pratica o comunismo
B) na politização da arte, como a pratica o fascismo
C) na autonomia da arte, como a pratica o liberalismo
D) na estetização da política, como a pratica o comunismo
E) na estetização da política, como a pratica o fascismo

56. Benjamin, no ensaio "O narrador", refletiu sobre a condição da experiência na modernidade. Ele comenta, aí, a situação da forma literária do romance. Para ele, o surgimento do romance é:
A) o último sintoma do lento desaparecimento da narrativa
B) o indício mais remoto do processo que termina no declínio da narrativa
C) a possibilidade de salvação da narrativa na modernidade
D) a perpetuação moderna da natureza da tradição oral antiga
E) uma forma nova, especificamente moderna, de narrativa

57. Jean-Paul Sartre foi uma das figuras mais famosas e controvertidas da filosofia no século XX. No núcleo de seu pensamento, esteve o problema da liberdade, especialmente tematizada no texto "O existencialismo é um humanismo", de 1946. Nele, Sartre considera a questão da má-fé, que estaria em todo homem:
A) que se refugia na desculpa que inventa um determinismo
B) que possui intenções dolosas frente aos outros
C) cujo caráter está centrado na falsidade, não na verdade
D) que age com segundas intenções em relação àquilo que faz
E) que encara a moral como a arte, enquanto criação e invenção

58. Albert Camus escreveu, no século XX, um belo texto intitulado "O mito de Sísifo". Ele recupera a história grega de que "os deuses tinham condenado Sísifo a empurrar sem descanso um rochedo até o cume de uma montanha, de onde a pedra caía de novo, em conseqüência do seu peso". Em uma forte descrição, Camus fala do "esforço de um corpo tenso, que se esforça por erguer a enorme pedra, rolá-la e ajudá-la a levar a cabo uma subida cem vezes recomeçada; vê-se o rosto crispado, a face colada à pedra, o socorro de um ombro que recebe o choque dessa massa coberta de barro, de um pé que a escora, os braços de novo empurram, a segurança bem humana de duas mãos cheias de terra". Na interpretação de Camus, este mito é trágico porque o herói é consciente, sabe de toda a extensão de sua miséria, embora isso seja também a sua vitória. No fim da interpretação, pode-se ler que é preciso imaginar Sísifo:
A) angustiado
B) revoltado
C) culpado
D) feliz
E) recompensado

59. Na entrevista "Vontade e poder", publicada em Microfísica do poder, Michel Foucault explicou sua resistência à incorporação, no seu pensamento, do conceito de "ideologia", oriundo do marxismo. Para ele, a noção de ideologia é dificilmente utilizável porque:
A) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação econômica, material
B) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação cultural, artística
C) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição secundária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como infra-estrutura ou determinação econômica, material
D) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o objeto; e está em posição secundária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como infra-estrutura ou determinação econômica, material
E) está sempre em posição virtual de alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação cultural, artística

60. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Médio, a natureza reflexiva é definida como a especificidade em que consiste a atividade filosófica. Esta definição é enriquecida, logo a seguir, quando lê-se que "o conceito de reflexão, em geral, abarca duas dimensões distintas que freqüentemente se confundem". Essas dimensões são:
A) a da propedêutica e a da definição
B) a da metodologia e a da especulação
C) a da análise e a da síntese
D) a da epistemologia e a da ontologia
E) a da reconstrução e a da crítica

26 - B
27 - E
28 - C
29 - D
30 - B
31 - C
32 - C
33 - D
34 - A
35 - D
36 - B
37 - A
38 - D
39 - E
40 - C
41 - A
42 - A
43 - E
44 - C
45 - B
46 - D
47 - E
48 - A
49 - B
50 - C
51 - E
52 - D
53 - A
54 - B
55 - E
56 - B
57 - A
58 - D
59 - C
60 - E



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