sobre o silêncio
Filosofia

sobre o silêncio


Refletindo...
Há tanta coisa por fazer, não? tantas tarefas, obrigações, diversões... em casa, no trabalho, na vida individual e coletiva. Muitos nos requisitam...
há muito com o quê se distrair, por aí e por aqui e acolá... 
Há um número absurdamente grande de problemas aí...E se se resolve um, logo se pode ver outro no horizonte, esperando sua (re)ação. A omissão é imoral.
E assim é por aqui, aí. Um desfile incessante e interminável de eventos e circunstâncias... cada qual carregando seu quebra-cabeças fascinante ou entediante... Eis o filme... e é assim, e vai, e vai e vai...
Há melhor ação que o silêncio?

Posso pensar agora em um grande número de soluções mais ou menos boas, mais ou menos ruins, para certa quantidade de problemas: meus, seus, nossos, do planeta, dos animais, dos humanos... 
cada solução pode ser apoiada ou contestada, testada ou não testada, aprovada ou reprovada, não importa. Todas as soluções advém geralmente da mesma mente que criou os problemas com os quais se entretém... isso nos garante que os problemas verdadeiramente não serão solucionados, mas apenas modificados, retirados daqui e postos ali... repintados, remodelados, renomeados e reclassificados...
Há melhor resolução que o silêncio?

Não se costuma parar, nem uma fração de segundo, para praticar o silêncio
Só se ouve incessantemente, dentro de nós, o infernal burburinho de vozes: nossos pensamentos, nossos eus pensantes dizendo sobre as coisas, falando dos outros e de si mesmos... uma multidão de vozes que não se cala, assinalando regras, revivendo memórias, culpas, erros e acertos, seus e de outros, tentando encontrar respostas nas experiências passadas...
O silêncio interior acaba sendo coisa rara, pois a mente quieta e a ausência do ego, são igualmente raros... nada de paz e relaxamento.
Há melhor prêmio que o silêncio?

Muitas vezes se necessita de respostas, se é atormentado por questões que exigem escolhas. Uma resposta aí é como água para um caminhante no deserto.  O pseudossilêncio da ausência de resposta se torna tortura, como a sede sob o sol do deserto. 
Mas a alma é livre e ninguém pode decidir em seu lugar, dizer o que fazer ou não fazer. 
Ninguém pode assumir essa responsabilidade, nem os astros, nem os santos, nem os deuses, nem os pais ou esposos, nem o melhor amigo poderia, nem o governo ou o juiz, nem mesmo a religião... 
Ninguém, absolutamente ninguém, tem aquela resposta que irá poupar sua alma da angústia, da responsabilidade e das consequências pelas suas decisões. 
E diante dessa angústia, há melhor castigo que o silêncio?

As respostas não podem ser dadas pela fala ou escrita, pela linguagem intelectual ou pelos oráculos... A mente nada pode dizer sobre aquilo que desconhece. A mente nada pode falar sobre a Verdade...
Parece que saber as respostas certas não é tão importante... não tão importante quanto conhecer a pergunta certa! 
Se ignoramos a pergunta certa, então que sentido há em buscar respostas?
Portanto, haveria melhor resposta que o silêncio?

Então, qual a pergunta certa? Qual é a pergunta que realmente importa?
Se souber a pergunta, a própria resposta verdadeira o encontrará. Não será necessário buscá-la... 
Por fim, é inútil perguntar-se sobre qual é a pergunta certa. A pergunta ou a resposta são obsoletas se não se sabe onde quer chegar...  
Então, há melhor pergunta que o silêncio?
Há melhor sabedoria que o silêncio? Há melhor lição que o silêncio? Há melhor liberdade que o silêncio? Há melhor verdade que o silêncio?

Uma certa parábola assim dizia:

Um grande mestre estava sentado à beira-mar, na praia, e um homem que buscava a verdade se aproximou dele, tocou os seus pés e pediu, “Se não for incomodar, eu gostaria de fazer qualquer coisa que o senhor sugira para me ajudar a encontrar a verdade”.
O mestre simplesmente fechou os olhos e ficou em silêncio. Ele cutucou o mestre e insistiu, “E a minha pergunta?”

O mestre disse, “Eu a respondi! Senta em silêncio... não faça nada e a grama cresce por si mesma".
O homem disse: “O senhor pode me dar um nome para isso? ... porque as pessoas vão me perguntar...

Então o mestre escreveu na areia com o dedo: meditação.
Então o homem retrucou: Mas, Mestre... como faço meditação?
O velho mestre sorriu e disse: "silêncio!"

O homem, já meio resignado, replicou ansioso: e como faço para alcançar o silêncio?
E pela última vez o mestre respondeu: meditação!
 

Essa descoberta vai mudar tudo.

A maioria das pessoas espera há muito tempo por um mundo novo. 

Como essa história termina? 

Você pode 'escrever' sua continuação... em silêncio...


Silvio MMax.





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