"No sugar coating" Love.
Filosofia

"No sugar coating" Love.


Querida Sofia,
Estando os dois na mesma rua durante o dia, combinaram almoçar a meio do caminho. Um pouco mais perto para ele, um pouco mais longe para ela, mas o restaurante era recomendação dele (por uma vez, visto que a expert em restaurantes é ela).
“Veux-tu que je vienne te chercher chez toi?”
“Queres que te vá apanhar a casa?”
Perguntou ele, e levou com a ira divina da menina. A luta incessante dos últimos 11 meses, durante os quais ela reiterou que era uma pessoa independente e não precisava dele para essas dondoquices, e por estarem tão perto um do outro e, consequentemente, do dito restaurante do encontro, iria a pé. Nesse mesmo dia, pela manhã, ela andou a pé na cidade de Luanda. O
 
 calor estava mais intenso do que nunca, a poeira levantou-se várias vezes na cara, os carros buzinavam e paravam com piropos nojentos e assustadores. Quando chegou a casa minutos antes do almoço, tinha a roupa encharcada. Atirou-se para o duche, abrindo apenas a água fria, mas até a água fria só despejava água a ferver. Vestiu-se num ápice e olhou para o relógio: se não saísse naquele momento, estaria atrasada para o encontro, tendo já calculado a distância a pé. Mas lembrou-se que se para o restaurante andasse, voltaria encharcada e empoeirada e isso seria um corte interesse para o lunch date que ali se anunciava.
 
Ligou para ele, quase para desmarcar “olha, já andei a pé hoje de manhã e acho que não consigo…” ao qual ele respondeu “podes descer. Já te vim apanhar de carro”. Andam frequentemente em linhas distintas e claras, e por vezes aos turvos trambolhões. Tentam acertar o compasso. Por vezes, desacertam. Por vezes (mais vezes) acertam na mouche.
 
Atiram-lhes pedras, magoando-os, mas levantam-se sempre. Como ele recentemente lhe disse, se saíssem do maior buraco, seriam mais fortes do que no passado. E enquanto ele abalar a maneira que ela tinha de negar qualquer ajuda, feito um verdadeiro gentleman, ela acredita piamente que pelo menos de qualquer buraco sairá e será mais forte do que nunca.

 
Dear Sophie,
As they were both on the same street on that very day, they decided to have lunch together, thus meeting halfway. The restaurant was a bit closer to him than to her, but as it was, for once, his recommendation and not hers (she was the restaurant expert of the two), they both agreed on it. 
 
“Veux-tu que je vienne te chercher chez toi?”
“Do you want me to pick you up at your place?”
 
He asked thus receiving her wrath. The constant battle of the past 11 months, in the which she repeatedly inferred that she was an independent person and didn’t need him for such “diva requests”, and as they were so close to one another, she would go meet him by foot.
 
On that very day, in the morning, she walked by foot in the streets of Luanda. The temperature was warmer than ever, the dust slapped her in the face countless times, the cars honked and stopped with disgusting and scary masculine sayings. When she got home a few minutes before lunch, she has her clothes soaked wet. She threw herself in the shower, opening the cold water to discover it was boiling because of the outside temperature. She got dressed in the blink of an eye and looked at the clock: if she didn’t leave her place at that very moment, to go to the restaurant by foot, she’d be late. But she remembered that if she really went walking, she’d get to her lunch date sweaty and dusty: not very glamorous nor flirty, let’s agree on that.
 
She called him, almost in despair, willing to cancel “look, I already walked this morning, and I don’t think I…” to which he responded “you can come down your building. I came to pick you up in my car”. Sometimes they walk on clean and clear lines of a relationship, and sometimes they fall and get stuck in the deepest holes.
 
Sometimes they take the right path, other times, the wrong ones. People (or themselves) throw them stones, hurting them or not. No matter the outcome, they always stand on their feet again after a little while. As he recently told her, if they can get out of the biggest holes together, they can be stronger than before. And as he was persistent in destroying her wrath each time he offered any help, as any gentleman would do, she believed that, at least, for any hole she’d stumble upon in life, she’s get out and feel stronger than ever before.



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