14/05/14 05:00 - PolÃtica | |
Batra pede fim do fundo de esgotoONG pede intervenção do Ministério Público para que consumidores deixem de pagar ao DAE por uma obra que já conta com recursos federais | |
Nélson Gonçalves | |
A ONG Bauru Transparente (Batra) foi ao Ministério Público Estadual (MPE) para pedir intervenção pelo fim da cobrança do fundo de tratamento de esgoto (FTE), vinculado à s contas mensais de consumo de água emitidas pelo Departamento de Ãgua e Esgoto (DAE). A solicitação está em representação protocolizada junto ao promotor de Cidadania e Patrimônio Público, Fernando Masseli Helene. A Batra argumenta que a lei municipal que criou o fundo estipula, expressamente, a captação e aplicação de recursos para implantar o sistema de tratamento de esgoto. Além disso, acrescenta a representação, a mesma norma define que a cobrança deve persistir somente até que seja arrecadado o suficiente para pagar as obras. A lei municipal que criou a cobrança exclusiva (carimbada) para o fundo de tratamento de esgoto é de 28 de abril de 2006. A Batra, presidida por Rafael Moia Filho, sustenta na representação ao MP que já há saldo de recursos suficiente para pagar todas as despesas previstas (interceptores e estação de tratamento), e ainda com sobra. “O fundo de tratamento, segundo os dados financeiros oficiais, já arrecadou R$ 97,1 milhões até dezembro de 2012. E as despesas durante seu perÃodo de vigência somaram R$ 38,7 milhões. Em 6 de março de 2013 foram obtidos, via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mais R$ 118 milhões a fundo perdido. Portanto, há recurso suficiente para construir o sistema e ainda com margem financeiraâ€, sustenta a representação. A reclamação será avaliada pelo MP. “Não tem sentido onerar a população de forma injustificadaâ€, acrescenta a entidade no documento. Entre os argumentos jurÃdicos, a representação sustenta que o Código Civil Brasileiro veda o enriquecimento sem causa e que, por isso, a restituição é devida. Neste caso, a Batra quer que o DAE deixe de cobrar o fundo nas contas mensais emitidas aos consumidores bauruenses. Prefeito O prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) comentou, ontem, que respeita o posicionamento da ONG, mas que não vê sentido na representação. “O programa de tratamento de esgoto não está realizado. Conseguimos recursos federais, mas a licitação da Estação principal ainda não foi realizada. Além de não sabermos se o que há de verba disponÃvel dará para cobrir as despesas, temos investimentos permanentes no sistemaâ€, aborda. O edital de licitação para contratar a instalação da ETE na região do Distrito Industrial I será republicado pelo DAE nos próximos dias. cita o prefeito. Rodrigo ainda posiciona que, a grosso modo, a obra da ETE principal tende a custar 6% mais caro a cada ano. “São custos de insumos e tem a inflação porque não é uma obra de um ano só. E somente o custo de insumo sobre materiais gera pelo menos R$ 5 milhões a mais de custo por ano. Mas tem mais. A estação e o sistema precisam de manutenção ao longo do tempo após serem concluÃdos e não vou mexer nesse dinheiro do fundo e nem deixar de cobrar na forma da lei com todas essas previsõesâ€, reforça. R$ 90,6 milhões A diretoria financeira do DAE informa que, até ontem, o saldo de verba carimbada para uso em obras do sistema de tratamento de esgoto era de R$ 90,6 milhões. Desde sua criação, em 2006, até dezembro passado, o fundo de esgoto já arrecadou R$ 97,1 milhões. Mas no perÃodo também foram investidos R$ 38,7 milhões. Todo o recurso pago vinculado à conta de consumo de água é destinado para uma conta especÃfica. http://www.jcnet.com.br/ |