Enquanto as autoridades da Igreja procuravam em Platão sabedoria e discernimento, professores e acadêmicos das universidades muitas vezes voltavam-se para Aristóteles. Escolástica é a filosofia praticada nas universidades da Idade Média.
Baseia-se na lógica de Aristóteles, mas não em seu interesse em observar e testar as coisas. Isso acontece porque a filosofia escolástica recebeu no século X um grande impulso de vários filósofos muçulmanos. Esses filósofos redescobriram importantes textos aristotélicos e espalharam suas idéias entre os filósofos cristãos e judeus, como as interpretações da metafísica e da lógica de Aristóteles. São importantes os nomes de Avicena e Averróis na proliferação destas idéias e elas muito incomodaram as autoridades religiosas.
Enquanto Aristóteles foi um mestre de lógica, pode-se dizer que as coisas se arranjaram bastante bem. As complicações surgem a partir do momento em que são traduzidas para o latim as obras de ciência da natureza, biologia, ética, política, e filosofia geral do filósofo.
Mas a partir do final do século XII, eram tantas as traduções de Aristóteles, bem como de comentários gregos e árabes e toda uma literatura científica abrangendo obras de matemática, astronomia, ótica, medicina, alquimia, etc. que todo esse riquíssimo material vai desaguar em uma nova instituição que adquiriu maturidade no século XIII – a Universidade, uma espécie de corporação de ofício dos profissionais do estudo.
É nesse quadro institucional que os mestres ministrarão cursos (lectio – aula à base de comentário de texto), debaterão as questões em voga e responderão às consultas a eles dirigidas por príncipes, papas ou simples particulares.
O século XIII marca não só o amadurecimento da Universidade como também a descoberta de Aristóteles como O Mestre do Pensamento.