FILOSOFIA MEDIEVAL
Filosofia

FILOSOFIA MEDIEVAL


A filosofia medieval é a filosofia da Europa Ocidental e do Oriente Médio no período medieval ou Idade Media, e se estende da queda do Império Romano à Renascença. É respeitada pela redescoberta da cultura antiga desenvolvida na Grécia e em Roma no período clássico, e também, pela formulação de problemas teológicos e por integrar a doutrina sagrada com a aprendizagem secular.

Os principais problemas discutidos ao longo deste período foram as relações entre fé e razão, a existência e unidade de Deus, os objetos da teologia e da metafísica, e os problemas do conhecimento, dos universais, e da individuação.

Características da filosofia medieval
A era medieval foi menosprezada pelos humanistas da Renascença, que a viram como um ingênuo período ?intermediário' entre a idade clássica da cultura grega e romana, e o 'renascimento' ou Renascença da cultura clássica. Embora este período de quase mil anos seja o período mais longo de desenvolvimento filosófico na Europa e do Oriente Médio, é talvez o mais rico. Jorge Gracia argumentou que 'em intensidade?, sofisticação e realização pode-se dizer, com certeza, que o florescimento da filosofia no décimo terceiro século rivaliza-se com a idade de ouro da filosofia grega no quarto século BC' (Gracia, p. 1).

A filosofia medieval é tipicamente teológica devido ao tema profundamente discutido naquela época: fé vs. razão. Avicenna e Averroes apoiaram-se mais na razão enquanto Augustinho e Anselmo acreditam na primazia da fé. A solução Agostiniana para o problema fé/razão é (1) crença, e depois (2) compreensão. Evidentemente encontramos muita filosofia nos trabalhos de escritores medievais, que usaram idéias e técnicas lógicas dos filósofos antigos para formular perguntas teológicas difíceis, incluindo tópicos da doutrina. Tomás de Aquino procurou a harmonia entre fé e razão. Ele classificou a filosofia como ?ancilla theologiae?, a escrava da teologia. De outro lado, ele também diz que a teologia é um guia orientador para a filosofia. Afirmou que a filosofia e a teologia estão em harmonia porque ambas foram criadas por Deus. Se alguma filosofia entra em conflito com a teologia, então algum erro foi cometido, logo o filósofo deve voltar atrás e procurar o seu erro. Assim, admitirá que existe uma relação recíproca entre filosofia e teologia.

Em geral, há três facetas que caracterizam o pensamento medieval. (1) o uso da lógica, da dialética e da análise para descobrir a verdade ? o princípio de argumentação racional ou ratio. (2) Respeito aos ?insights? dos antigos filósofos, em particular Aristóteles, e consideração à sua autoridade ? princípio de auctoritas. (3) a obrigação de conciliar os ?insights? na filosofia com a transmissão teológica e a revelação ? princípio da concordia. Sendo o último o mais importante. Seguramente, nenhuma outra questão preocupou os pensadores medievais mais do que a relação fé/razão.

Filosofia islâmica na Idade Media
Enquanto que o Judaísmo e a cristianismo começaram como uma religião de pequenos grupos, o Islamismo se desenvolveu como a religião de um império em expansão. Cem anos após a morte de Mohamed em 623 AD, através de conquista militar, o mundo Islâmico chegou à Índia, à África Norte e ao sul da Espanha.

Como resultado, muitos povos assimilaram a cultura muçulmana, assim o Islamismo entrou em contato com os sistemas teológicos do Judaísmo, do cristianismo, do Zoroastrianismo e das filosofias Hindu e Grega. Isto incentivou teólogos Islâmicos a aplicar diversas idéias e princípios filosóficos para interpretar doutrinas Relativas ao Alcorão.

A primeira etapa deste processo foi a tradução para o árabe de trabalhos filosóficos e científicos gregos que tinham sido preservados por Cristãos Orientais na Mesopotâmia, na Síria e no Egito. Os tradutores foram em maior parte Nestorianos e Cristãos Jacobitas, que trabalharam por duzentos anos após o primeiro período Abbasid (c. 800). O tradutor mais importante deste grupo foi Hunayn Ibn Ishaq (809-873), cristão que dominava o siríaco, conhecido pelos Latinos como Joannitius. Os textos, primeiro, foram traduzidos para o siríaco e depois para o árabe. Apesar das limitações mas priorizando o conteúdo e não a elegância, as traduções foram geralmente exatas, .

No século X, outra escola surgiu entre os Jacobitas que conhecendo pouco de grego utilizavam somente traduções em siríaco. Foram traduzidos quase todos os trabalhos de Aristóteles, os textos de comentaristas como Alexander de Aphrodisias, Themistius e Theophrastus e a maior parte dos diálogos de Platão inclusive alguns trabalhos de Neoplatônicos.

A etapa seguinte foi o desenvolvimento da teologia Islâmica pelos Mutakallimiin, divida em Mu'tazilites e o Ash'arites. Os Mu'tazilites originaram-se em grupos que se encontravam em Basrah e a Bagdá para discutir como as idéias filosóficas gregas poderiam ajudar a resolver certos problemas teológicos, como unidade divina e como os seres humanos podem ser livres mesmo sob a onipotência de Deus. Também desenvolveram provas da criação do mundo, aplicando idéias Neoplatônicas do Cristianismo. Os Ash'arites (fundado por al--Ash'ari, 873-935) tentavam esclarecer doutrinas Relativas ao Alcorão. Negaram a existência de qualquer causação exceto por Deus, e por isso negaram o livre arbítrio. Por que algo acontece? ?Vontade de Deus?.

Al--Kindi (801?873) é geralmente considerado o primeiro filósofo Aristotélico. Ele defendeu o estudo independente da filosofia, e também escreveu sobre ciência e lógica. Al--Razi (865-c. 925), em contraste, defendeu Platão contra Aristóteles, considerado por ele um corruptor da filosofia. O Aristotelismo continuou com al--Farabi (870-930) e Ibn Sina, conhecido pelos Latinos como Avicenna (980-1037). O teólogo Ash'arite al--Ghazali (1058-1111), representa a reação Islâmica à Aristóteles. Ghazali, amargamente, denunciou Aristóteles, Sócrates e outros escritores gregos como infieis e rotulou aqueles que empregaram seus métodos e idéias como corruptores da fé Islâmica.

O Aristotelismo Islâmico chegou ao apogeu com Ibn Rushd, conhecido pelos Latinos como Averroes, bem conhecido no ocidente pelos seus comentários sobre Aristóteles. As traduções hebraicas do seu trabalho também tiveram um impacto duradouro na filosofia judaica.

Medieval Philosophy: Wikipedia




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