Estudar é preciso!, por Débora Ortiz de Leão*
Filosofia

Estudar é preciso!, por Débora Ortiz de Leão*





 Há exatos sete anos, escrevi algo semelhante a esse título. Inspirada pela leitura de um livro de Mario Osório Marques, defendia: ?Escrever é preciso?. Hoje, não apenas continuo defendendo essa ideia como procuro ampliá-la a partir do enfrentamento de questões que se apresentam no cotidiano pessoal e profissional. Uma dessas questões decorre dos depoimentos de pessoas preocupadas com uma negativa mudança social: a (des)motivação dos jovens para com os estudos. Como é do conhecimento geral, as mudanças sociais decorrem de múltiplos fatores, mas, sem dúvida, implicam alterações comportamentais que repercutem em uma das instituições sensíveis às transformações sociais: a escola. Em meio a isso, observa-se uma preocupação comum por parte de pais e professores que valorizam os estudos e buscam alternativas para amenizar essa situação. Mas, no conjunto das reflexões, retoma-se o seguinte questionamento: por que ou para que é importante estudar? A maioria das pessoas talvez tenha a resposta na ponta da língua: para ser alguém no futuro. O problema é que essa resposta revela-se insatisfatória. Na verdade, trata-se de referenciais pertencentes há um tempo em que o objetivo estava em viver dias melhores no futuro por meio desse investimento, entre outras crenças. Atualmente, acredita-se que é preciso alterar esse discurso, até porque hoje se conta com estudos e pesquisas que podem fornecer outras explicações. Sabe-se, por exemplo, que o desenvolvimento da formação de conceitos (espontâneos e científicos), fornecidos pela educação escolar e, também, pela educação na sociedade de maneira geral, acarreta um maior desenvolvimento intelectual. Isso porque a aprendizagem de operações mentais exige consciência e controle deliberado por parte do aprendiz, o que favorece enormemente o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Considerando-se esses referenciais, o aprendizado precede o desenvolvimento. Portanto, entende-se que é preciso estudar para aprender e, assim, se desenvolver. Mas o que isso tem a ver com a importância de estudar? Ora, se as pessoas se desenvolvem intelectualmente por meio dos estudos, há maiores chances de ampliar a capacidade de interpretação dos fatos cotidianos. Com isso, encontram melhores soluções para os problemas, conseguem discernir o que é bom para si mesmos e para os outros, além de obter avanços significativos na qualidade de vida atual e não apenas futura. Concordo, portanto, que é preciso estimular os estudos, mas, sobretudo, é preciso argumentar a respeito da sua real importância para as crianças, jovens e adultos que não conseguem entender a necessidade de cumprir essa tarefa no momento atual.

*Professora

Fonte: Jornal Zero Hora



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