Filosofia
For Colored Girls
Querida Sofia,
Há alguns anos, tinha o hábito de aqui registar o que fazia no último e primeiro dia de cada ano. No último dia de 2013, trabalhei meio-dia. No primeiro dia do ano, já estava acordada pelas 6 horas da manhã, pronta a beijar o novo ano. E no final do primeiro dia do ano, a verter no princípio do segundo dia do ano, vi um filme que ele me mandou com a indicação “Aqui tens. Eu detestei. Tremenda seca.”
Tinha a certeza que tinha aqui comentado algo sobre o trailer quando o vi há alguns anos. Como chorei. For Colored Girls, do Tyler Perry, sempre me pareceu ser daqueles filmes fortes demais para ver quando estivesse triste. Tinha medo de afundar ainda mais. Não me afundou ontem, apesar de ter momentos que transtornam e marcam bastante. Fiquei contente por ter conseguido ver: significa que estou bem na vida e na minha cabeça neste momento. Adiante.
Que conjunto de actrizes (e actores) tão delicioso: a Kimberly Elise (e a sua capacidade em fazer chorar apenas olhando para a cara dela!), a Whoopi Goldberg (fiel a si mesma), a Kerry Washington (já vi tanto episódio de Scandal, que aquele tique dos lábios que ela faz quando quer chorar dá-me nos nervos, mas) é uma das melhores actrizes que andam por aí nos USA, a Thandie Newton (atriz inglesa que amo!), a Phylicia Rashad (para mim, será para sempre a Claire Huxtable, do The Cosby Show), a Anika Noni Rose (maravilhosa no pequeno papel que fez como Corinne, irmã do Sam, em Private Practice e como a chaterríma da Wendy Scot-Carr em The Good Wife), a Loretta Devine que é absolutamente divina (jogo de palavras fraquinho, mas acreditem que é verdadeiro). Destaco também a Macy Gray e a Tessa Thompson e o maravilhoso Michael Ealy, que conseguiu ser absolutamente repugnante.
Ah… ia esquecendo… a Janet Jackson. Ainda estou para compreender porque insistem que esta senhora é atriz. Gosto muito da Janet Jackson enquanto cantora e aquela vozinha de bebé que só ela e o defunto irmão conseguem ter (se os conhecesse na vida real, acharia irritante, mas deixa quieto). Agora, ela merece prémios sim. Pela mono-expressão. Aquela rigidez facial tão grande quanto a rigidez dos músculos. Não me lembro de Poetic Justice, pois já vi há 18 anos, mas quando a vi em Why did I get married, achei a mesma coisa. Tem papéis sempre difíceis e sempre sinto que é areia a mais para o camiãozinho dela e para o que ela consegue mesmo dar em cena. Isto sente-se sobretudo nas cenas do filme, que quando comparada às outras actrizes, que começam o filme leves e a sorrir, e no fim estão completamente pesadas e amarguradas, a Janet perde-se. No entanto, como não podia deixar de ser, é a actriz que colocam à frente quando falam do filme, a primeira da lista, etc. Só pode ser por razões comerciais. Será que funciona?
Entretanto, no final do filme, ela (enquanto Jo / Red) cita um dos 40 poemas que são citados ao longo do filme, com uma firmeza que só a rigidez dela permite, e que me deixou quase sem ar (há outro momento do filme que me deixou sem ar, e até tive de fazer pausa, mas não posso fazer spoil aqui) e não consegui esquecer até agora, já passadas mais de 24 horas desde que ouvi estas palavras, que posso (qualquer mulher pode) dedicar a qualquer homem (ou mulher) que as tenha feito sofrer. Este filme é um murro no estômago que dura mais de uma hora. Este poema não fica atrás.
(os erros são próprios ao poema)
one thing i dont need
is any more apologies
i got sorry greetin me
at my front door
you can keep yrs
i dont know what to do wit em
they dont open doors or bring the sun back
they dont make me happy
or get a mornin paper
didnt nobody stop usin my tears to wash cars
i loved you on purpose
i was open on purpose
i still crave vulnerability & close talk & im not even sorry
bout you bein sorry
you can carry all the guilt & grime ya wanna
just dont give it to me
i cant use another sorry next time
you should admit youre mean
low-down
triflin and no count straight out
steada bein sorry alla the time
enjoy bein yrself
For Colored Girls (Theatrical Trailer) from Robin Burke on Vimeo.
Dear Sophie,
A few years ago, I used to blog about the last thing I’d do at the end of the year, and the first thing I’d do at the beginning of the following. On the last day of 2013, I worked half a day. On the first day, I woke up by 6AM ready to take on the New Year. And at the end of the first day of the year, leaning towards the beginning of the second day of the year, I watched a movie he sent me with the following message “Here. I hated it. Boring like hell”.
I was sure I had already commented something about For Colored Girls on the blog a few years ago when I watched this trailer, because I had cried as soon as I had watched it. It seemed to be such a poignant movie, and I was not in a good phase of my life to watch something so heavy. I watched it yesterday, and the movie is indeed very heavy, but I didn’t feel like drowning in sorrow. I am happy about that. It seems that I am in a good moment of my life, spiritually and mentally. Nice.
What a delicious ensemble cast this movie assembled! Kimberly Elise and her incredible capacity to make one cry just by looking at her. Whoopi Goldberg, always true to herself. Kerry Washington who, even though watching Scandal has made her lip pouting when she’s about to cry just so unbearable, is one of USA’s greatest actresses. Thandie Newton, one of my favourite British actresses. Phylicia Rashad who will always be, to me, Claire Huxtable from The Cosby Show. Anika Noni Rose, who’s so marvellous as Corinne, Sam’s sister, in Private Practice and as the super annoying Wendy Scot-Carr in The Good Wife. Loretta Devine who is just divine (poor play on words, yet it is true). I am also thinking about how amazing Macy Gray, Tessa Thompson and Michael Ealy are. Even if the latter turns out to be so ugly and repugnant in the movie.
Oh… I was forgetting… Janet Jackson is also in the movie. I like Janet. As a music performer and artist. That baby voice she and her brother are/were so keen on doing is an incredible feature (yet had I known or met them in real life, I’d find that feat incredibly annoying). But I still am trying to understand who in the world has told this woman that she’s an actress. If she’d deserve a prize, it would be for her Mono-Expression. She has such a rigid face, as rigid as her body muscles. I don’t remember Poetic Justice (I watched that movie 18 years ago), but I thought the same about her when I watched Why did I get married. Tyler Perry gives her very deep roles and I always feel it’s too much for her to handle. And we can notice this further more in this movie, when she is around such incredible and real actresses, who start the movie being blissful and then they drag you down in sorrow by the end of the movie. Among them, Janet gets a bit lost. Notwithstanding, she is the first actress mentioned in the cast and in all the promo. Does she really help boosting sales?
All that aside, Janet (her character Jo / Red) delivers one of the most striking of the 40 poems that are in the movie. Her rigidness helps her in this scene and I almost felt like losing my breath on this one (okay, there is another scene of the movie when I really could not breathe, but I do not want to spoil you). More than 24 hours have passed since I heard this poem, yet it hit me hard, as it should to any woman who was hurt by another human being. This movie feels like a punch in the stomach for more than an hour. This poem is just a confirmation of that feeling.
(mistakes are true to the original poem)
one thing i dont need
is any more apologies
i got sorry greetin me
at my front door
you can keep yrs
i dont know what to do wit em
they dont open doors or bring the sun back
they dont make me happy
or get a mornin paper
didnt nobody stop usin my tears to wash cars
i loved you on purpose
i was open on purpose
i still crave vulnerability & close talk& im not even sorry
bout you bein sorry
you can carry all the guilt & grime ya wanna
just dont give it to me
i cant use another sorry next time
you should admit youre mean
low-down
triflin and no count straight out
steada bein sorry alla the time
enjoy bein yrself
loading...
-
Music | 7 Songs For Pillow Talk Time
Querida Sofia, Além das músicas para falar de amor e as dos momentos mais sexy, acho que um dos momentos na intimidade que mais pedem música são os momentos de Pillow Talk, vulgo "conversa de almofada". Para mim, este é momento mais precioso...
-
The 7 Sexiest Songs Of The Week
Querida Sofia, Há momentos que precisam de música. Há músicas que nos ajudam a recordar aquele momento ainda mais especial. Aquele riso. Aquele momento em que bebemos aquele vinho. Aquele momento em que dançámos. No qual nos abraçamos a primeira...
-
Trezentas E Sessenta E Sete Certezinhas
Primeira vez na vida que não vi um único filme na lista de nomeados para os Óscares. Lista aqui. First time in my life I have not watched a single movie in the Academy Awards nominees list (here)....
-
The Series Addict Is Back!
Querida Sofia,Tenho uma aplicação no iPhone (TV Show Tracker) que me ajuda a seguir a actualidade das sérias que vejo (resumo dos episódios, datas dos próximos...). E com ele descobri que estou a seguir nada mais nada menos que 104 séries...
-
E Claro Que Tinham De Ser Sete...
Querida Sofia,1 - Fui convidada há alguns dias atrás a assistir à projecção inédita de um filme francês afim de comentá-lo antes da sua saída. Fiquei feliz por ter sido convidada mas achei, sinceramente, o filme banal. Okay, os actores são bons,...
Filosofia