Filosofia
Questões de Vestibular sobre a Escola de Frankfurt
Escola de Frankfurt
1) (UEL-2004) ?A doença da razão está no fato de que ela nasceu da necessidade humana de dominar a natureza. Essa vontade de dominar a natureza, de compreender suas ?leis? para submetê-la, exigiu a instauração de uma organização burocrática e impessoal, que, em nome do triunfo da razão sobre a natureza, chegou a reduzir o homem a simples instrumento. Naturalmente, as possibilida
des atuais eram inimagináveis nos tempos passados: hoje o progresso tecnológico põe à disposição de todos objetos e bens que antes só existiam nos sonhos dos utopistas. [...] O progresso dos recursos técnicos, que poderia servir para ?iluminar? a mente do homem, se acompanha pelo processo da desumanização, de tal modo que o progresso ameaça destruir precisamente o objetivo que deveria realizar: a idéia do homem.? (REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia. Trad. de Álvaro Cunha. São Paulo: Paulinas, 1991. v. 3. p. 846.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre razão instrumental em Adorno e Horkheimer, considere as afirmativas a seguir.
I. A forma como o domínio da natureza foi alcançado preservou a ?idéia do homem?, objetivo central do progresso técnico.
II. O objetivo do homem, desde o início de sua história, era o de dominar a natureza e fazer uso de seus recursos para viver melhor.
III. A dimensão crítica da razão, imune ao progresso tecnológico e ao avanço da ciência, impediu a dominação do homem.
IV. A humanidade, nos dias atuais, atingiu um grau significativo de controle sobre o meio em que vive e, para isso, conta com o auxílio de instrumentos administrativos e tecnológicos.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
2) (UEL-2004) ?O aumento da produtividade econômica, que por um lado produz as condições mais justas para um mundo mais justo, confere por outro lado ao aparelho técnico e aos grupos sociais que o controlam uma superioridade imensa sobre o resto da população. O indivíduo se vê completamente anulado em face dos poderes econômicos. Ao mesmo tempo, estes elevam o poder da sociedade sobre a natureza a um nível jamais imaginado. Desaparecendo diante do aparelho a que serve, o indivíduo se vê, ao mesmo tempo, melhor do que nunca provido por ele. Numa situação injusta, a impotência e a dirigibilidade da massa aumentam com a quantidade de bens a ela destinados.? (ADORNO, Theodor W;
HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. De Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997. p. 14.)
De acordo com o texto de Adorno e Horkheimer, é correto afirmar:
a) A alta capacidade produtiva da sociedade garante liberdade e justiça para seus membros, independentemente da forma como ela se estrutura, controlando ou não seus membros.
b) O ?desaparecimento? do indivíduo diante do aparato econômico da sociedade se deve à incapacidade dos próprios cidadãos em se integrarem adequadamente ao mercado de trabalho.
c) A ciência e a técnica, independente de quem tem seu controle, são as responsáveis pela circunstância de muitos estarem impossibilitados de atingir o status de sujeito numa sociedade altamente produtiva.
d) O fato de a sociedade produzir muitos bens, valendo-se da ciência e da técnica, poderia representar um grau maior de justiça para todos; no entanto, ela anula o indivíduo em função do modo como está organizada e como é exercido o poder.
e) O alto grau de autonomia das massas na sociedade capitalista contemporânea é resultado do avançado domínio tecnológico alcançado pelo homem.
3) (UEL-2004)
Observe
A imagem anterior refere-se a um quadro que foi produzido pelo artista norte-americano Andy Warhol. Valendo- se de recursos da ?sociedade de consumo? como, por exemplo, fotos de artistas famosos, Warhol produziu um número assombroso de quadros em um curto espaço de tempo. O fenômeno da reprodução na arte foi estudado pelo filósofo alemão Walter Benjamin, que na
década de 30 publicou um ensaio intitulado ?A obra de arte no tempo de sua reprodutibilidade técnica?. Sobre a teoria de Walter Benjamin a respeito das conseqüências da reprodução em massa das obras de arte, é correto afirmar que o autor:
a) Entende negativamente o fenômeno da reprodução na arte por representar a destruição das obras de arte e a sua transformação em mercadoria pela indústria cultural.
b) Reconhece que ocorrem mudanças na forma das pessoas receberem as obras de arte e propõe a reeducação das massas como forma de resgate da aura, isto é, daquilo que é dado apenas uma vez.
c) Percebe na reprodução da obra de arte a dissolução da sociedade moderna, fenômeno este sem volta e que representa o triunfo do capitalismo sobre o pensamento crítico e a reflexão.
d) Interpreta a reprodutibilidade como um fenômeno inevitável da sociedade capitalista que provoca alterações na interpretação que críticos e artistas fazem das obras de arte, sem maiores conseqüências ou possibilidades políticas.
e) Afirma que a reprodutibilidade técnica provoca mudanças na percepção e na postura das pessoas que têm acesso às obras; por isso certas formas artísticas, sobretudo o cinema, podem vir a desempenhar o papel de politização das massas.
4) (UFU-2005) Analise a figura a seguir.
Chaplin. Tempos Modernos. (Disponível em: Acesso em: 8 ago. 2004.)11
?Parece que enquanto o conhecimento técnico expande o horizonte da atividade e do pensamento humanos, a autonomia do homem enquanto indivíduo, a sua capacidade de opor resistência ao crescente mecanismo de manipulação das massas, o seu poder de imaginação e o seu juízo independente sofreram aparentemente uma redução. O avanço dos recursos técnicos de informação se acompanha de um processo de desumanização. Assim, o progresso ameaça anular o que se supõe ser o seu próprio objetivo: a idéia de homem?. (HORKHEIMER Max. Eclipse da razão. Trad. de Sebastião Uchôa Leite.
Rio de Janeiro: Editorial Labor do Brasil, 1976. p. 6.)
Com base no texto, na imagem e nos conhecimentos sobre racionalidade instrumental, é correto afirmar:
a) A imagem de Chaplin está de acordo com a crítica de Horkheimer: ao invés de o progresso e da técnica servirem ao homem, este se torna cada vez mais escravo dos mecanismos criados para tornar a sua vida melhor e mais livre.
b) A imagem e o texto remetem à idéia de que o desenvolvimento tecnológico e o extraordinário progresso permitiram ao homem atingir a autonomia plena.
c) Imagem e texto apresentam o conceito de racionalidade que está na estrutura da sociedade industrial com o viabilizador da emancipação do homem em relação a todas as formas de opressão.
d) Enquanto a imagem de Chaplin apresenta a autonomia dos trabalhadores nas sociedades contemporâneas, o texto de Horkheimer mostra que, quanto maior o desenvolvimento tecnológico, maior o grau de humanização.
e) Tanto a imagem quanto o texto enaltecem a inevitável instrumentalização das relações humanas nas sociedades contemporâneas.
5) (UEL-2005) ?A indústria cultural não cessa de lograr seus consumidores quanto àquilo que está continuamente a lhes prometer. A promissória sobre o prazer, emitida pelo enredo e pela encenação, é prorrogada indefinidamente: maldosamente, a promessa a que afinal se reduz o espetáculo significa que jamais chegaremos à coisa mesma, que o convidado deve se contentar com a leitura do cardápio. [...] Cada espetáculo da indústria cultural vem mais uma vez aplicar e demonstrar de maneira inequívoca a renúncia permanente que a civilização impõe às pessoas. Oferecer-lhes algo e ao mesmo tempo privá-las disso é a mesma coisa?. (ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p. 130-132.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre indústria cultural em Adorno e Horkheimer, é correto afirmar:
a) A indústria cultural limita-se a atender aos desejos que surgem espontaneamente da massa de consumidores, satisfazendo as aspirações conscientes de indivíduos autônomos e livres que escolhem o que querem.
b) A indústria cultural tem um desempenho pouco expressivo na produção dos desejos e necessidades dos indivíduos, mas ela é eficiente no sentido de que traz a satisfação destes desejos e necessidades.
c) A indústria cultural planeja seus produtos determinando o que os consumidores desejam de acordo com critérios mercadológicos. Para atingir seus objetivos comerciais, ela cria o desejo, mas, ao mesmo tempo, o indivíduo é privado do acesso ao prazer e à satisfação prometidos.
d) O entretenimento que veículos como o rádio, o cinema e as revistas proporcionam ao público não pode ser entendido como forma de exploração dos bens culturais, já que a cultura está situada fora desses canais.
e) A produção em série de bens culturais padronizados permite que a obra de arte preserve a sua capacidade de ser o suporte de manifestação e realização do desejo: a cada nova cópia, a crítica se renova.
6) (UEL-2005)?A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado, para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu um tal poderio sobre a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão, que esta pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho?. (ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p.128.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre trabalho e lazer no capitalismo tardio, em Adorno e
Horkheimer, é correto afirmar:
a) Há um círculo vicioso que envolve o processo de trabalho e os momentos de lazer. Com o objetivo de
fugir do trabalho mecanizado e repor as forças, o indivíduo busca refúgio no lazer, porém o lazer se
estrutura com base na mesma lógica mecanizada do trabalho.
b) Apesar de se apresentarem como duas dimensões de um mesmo processo, lazer e trabalho se diferenciam no capitalismo tardio, na medida em que o primeiro é o espaço do desenvolvimento das potencialidades individuais, a exemplo da reflexão.
c) Mesmo sendo produzidas de acordo com um esquema mercadológico que fabrica cópias em ritmo industrial, as mercadorias acessadas nos momentos de lazer proporcionam ao indivíduo plena diversão e cultura.
d) Tanto o trabalho quanto o lazer preservam a autonomia do indivíduo, mesmo nos processos de
mecanização que caracterizam a fabricação de mercadorias no capitalismo tardio.
e) As atividades de lazer no capitalismo tardio, como o cinema e a televisão, são caminhos para a politização e aquisição de cultura pelas massas, aproximando-as das verdadeiras obras de arte.
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