René Descartes
1)(UFU 2ª Fase Janeiro de 1999)"Além disso observei que os filósofos, ao empreenderem explicar, pelas regras da sua lógica, coisas que são manifestas por si próprias, não fizeram mais do que obscurecê-las".
(Descartes - Princípios de Filosofia - trad. Alberto Ferreira, Lisboa, Guimarães Editores)
Explique a concepção de conhecimento em Descartes.
2) (UFU
?O primeiro era de jamais acolher alguma coisa como verdadeira que não conhecesse evidentemente como tal; (...). O segundo, o de dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las. O terceiro, o de conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, (...) e o último, o de fazer revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de nada omitir.?
DESCARTES. Discurso do Método. Coleção ?Os Pensadores?. São Paulo: Abril Cultural, 1987.
A efetivação do método ocorre graças ao esforço do pensamento que objetiva descobrir a verdade das coisas existentes. Tomando o texto de Descartes por referência, indique as quatro operações mentais que cada um deve fazer para executar o método proposto pelo filósofo francês.
3) (UFU 2ª fase Setembro de 2002)
De acordo com Descartes:
?a razão (...) ?é naturalmente igual em todos os homens; e, destarte, que a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o espírito bom, o principal é aplicá-lo bem.? DESCARTES. Discurso do Método, para bem conduzir a própria razão e procurar a verdade nas ciências. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.29.
Com relação ao fragmento acima, responda.
Quais são as vias diversas, que prejudicam a boa aplicação da razão?
4) (UFU
A aplicação desta primeira regra evita dois graves defeitos. Responda: quais são e como se caracterizam os dois defeitos a que se refere Descartes?
5) (UFU 1ª fase Janeiro de 2004)
No escrito publicado postumamente, Regras para a orientação do espírito, Descartes fez o seguinte comentário:
.Mas, toda vez que dois homens formulam sobre a mesma coisa juízos contrários, é certo que um ou outro, pelo menos, esteja enganado. Nenhum dos dois parece mesmo ter ciência, pois, se as razões de um homem fossem certas e evidentes, ele as poderia expor ao outro de maneira que acabasse por lhe convencer o entendimento..
DESCARTES, René. Regras para a orientação do espírito. Trad. de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 6-7.
Para alcançar a verdade das coisas, isto é, o conhecimento certo e evidente, é necessário um método composto de regras muito simples que evitem os enganos e as opiniões prováveis. Segundo Descartes, somente duas ciências podem auxiliar na fundamentação do método
para a investigação da verdade, são elas:
A) teologia e filosofia.
B) mecânica e física.
C) fisiologia e filologia.
D) aritmética e geometria.
6) (UEL-2004)?Tomemos [...] este pedaço de cera que acaba de ser tirado da colméia: ele não perdeu ainda a doçura do mel que continha, retém ainda algo do odor das flores de que foi recolhido; sua cor, sua figura, sua grandeza, são patentes; é duro, é frio, tocamo-lo e, se nele batermos, produzirá algum som. Enfim, todas as coisas que podem distintamente fazer conhecer um corpo encontram-se neste. Mas eis que, enquanto falo, é aproximado do fogo: o que nele restava de sabor exala-se, o odor se esvai, sua cor se modifica, sua figura se altera, sua grandeza aumenta, ele torna-se líquido, esquenta-se, mal o podemos tocar e, embora nele batamos, nenhum som produzirá. A mesma cera permanece após essa modificação? Cumpre confessar que permanece: e ninguém o pode negar. O que é, pois, que se conhecia deste pedaço de cera com tanta distinção? Certamente não pode ser nada de tudo o que notei nela por intermédio dos sentidos, visto que todas as coisas que se apresentavam ao paladar, ao olfato, ou à visão, ou ao tato, ou à audição, encontravam-se mudadas e, no entanto, a mesma cera permanece.? (DESCARTES, René. Meditações. Trad. De Jacó Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 272.)
Com base no texto, é correto afirmar que para Descartes:
a) Os sentidos nos garantem o conhecimento dos objetos, mesmo considerando as alterações em sua aparência.
b) A causa da alteração dos corpos se encontra nos sentidos, o que impossibilita o conhecimento dos
mesmos.
c) A variação no modo como os corpos se apresentam aos sentidos revela que o conhecimento destes excede o conhecimento sensitivo.
d) A constante variação no modo como os corpos se apresentam aos sentidos comprova a inexistência dos mesmos.
e) A existência e o conseqüente conhecimento dos corpos têm como causa os sentidos.
7) (UEL-2005) ?E quando considero que duvido, isto é, que sou uma coisa incompleta e dependente, a idéia de um ser completo e independente, ou seja, de Deus, apresenta-se a meu espírito com igual distinção e clareza; e do simples fato de que essa idéia se encontra em mim, ou que sou ou existo, eu que possuo esta idéia, concluo tão evidentemente a existência de Deus e que a minha depende inteiramente dele em todos os momentos da minha vida, que não penso que o espírito humano possa conhecer algo com maior evidência e certeza?. (DESCARTES, René. Meditações. Trad. de Jacó Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 297-298.)
Com base no texto, é correto afirmar:
a) O espírito possui uma idéia obscura e confusa de Deus, o que impede que esta idéia possa ser
conhecida com evidência.
b) A idéia da existência de Deus, como um ser completo e independente, é uma conseqüência dos limites do espírito humano.
c) O conhecimento que o espírito humano possui de si mesmo é superior ao conhecimento de Deus.
d) A única certeza que o espírito humano é capaz de provar é a existência de si mesmo, enquanto um ser
que pensa.
e) A existência de Deus, como uma idéia clara e distinta, é impossível de ser provada.