Filosofia
Review do filme Midnight in Paris (não acho que contenha spoilers, mas como todo o cuidado é pouco, ler com cuidado se não viram o filme e querem ter um efeito FULL surprise)
Querida Sofia,
Vi este filme pela primeira vez em Maio e voltei o mês passado para um rekick. Sinceramente, gostei, tal como You will meet a tall dark stranger, é um bom Woody Allen, mas um pouco mais pretencioso que o anterior. Os dois primeiros minutos, no qual podemos apreciar todos os spots mais ou menos clichés de Paris (vi ali tanto lugar onde passo todas as semanas), e sobretudo, uma realidade quase Londrina... a chuva... essa que, por exemplo, nos tem acompanhado por aqui estas últimas semanas e que veio para ficar até o final do mês. Um verão Parisiense típico, portanto.
Acho que é preciso ver Midnight in Paris como dois filmes em um: a parte contemporânea (anos 2010) teve um efeito completamente distinto da parte antiga (anos 1920) para mim. A parte contemporânea é repleta de clichés que não me interessam muito. O casal americano, de férias com os pais da noiva, dão-se um beijo em Giverny e depois vão para os seus quartos no hotel Le Meurice, compram artigos de 25 000 dólares e não andam de transporte púlico, têm motorista para ir aqui e ali. Okay, fair enough, mas não é bem a minha realidade, nem a realidade de todos os turistas (americanos ou não) que dão aqui um saltinho. Não digo que a falta de proximidade com a realidade seja má; pelo contrário, deve dar vontade ao pessoal de cá vir. Mas depois ficam desapontados porque a vida aqui não é aquilo tudo. Dura realidade.
Tudo teria mudado – e seria, claramente, menos glamour, menos “vamos sonhar com esta cidade” se tivéssemos visto uma Rachel McAdams (que atriz mais songa monga...) e um Owen Wilson a apanhar, nem que fosse apenas UMA vez, um metro ou um autocarro. Ou ido ao museu cheio de gente e não fechado e privatizado quase apenas para eles.
O melhor desta parte: o Michael Sheen.
O pior desta parte: a Rachel McAdams.
A minha parte preferida: todo o cenário antigo, de 1920. Ver e sentir a vida da Gertrude Stein, do Man Ray, do Buñuel, da Joséphine Baker, do Salvador Dali, do Picasso, do Matisse, do F. Scott Fitzgerald, da sua esposa doida Zelda, e, sobretudo, do Ernest Hemingway – btw, TENHO de te enviar uma carta com o roteiro do Hemingway em Paris. É incrível o quanto esse homem... escrevia bem bebia...!
Estou completamente de acordo com o Woody Allen, são os anos 1920 em Paris que nos fazem mais sonhar. E, compreendo também o ponto de vista do personagem da Marion Cotillard, que vivendo nos anos 1920, prova-nos que nunca estamos satisfeitos com o que temos, e o que ela gostaria mesmo é de viver na Belle Epoque dos anos 1890, com o Henri de Toulouse-Lautrec, o Gauguin e o Degas, passando as noites no Maxim’s (que ainda existe hoje em dia).
O melhor desta parte: o Adrian Brody.
O pior desta parte: o Owen Wilson.
Este filme não mudou a minha vida, não reiterou o meu amor por Paris – isso continua na mesma – mas vale a pena ver para viajar, mas com os pés assentes em terra e com as expectativas baixas. Ah... e lembra-te sempre, tanto para o filme como para a Cidade Luz: não esqueças o teu guarda-chuva em casa.
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