Filosofia

Sobre os Golden Globes (sem vestidos, com spoilers)

Querida Sofia,

Tive um final de semana dos bons. Como não tinha há muito tempo. Não foi feito de momentos bons, foi um final de semana inteiramente bom, no qual passei mais tempo fora de casa do que dentro, e como digo sempre, sair de casa uma vez por dia é para mim uma vitória. Um final de semana tão bom e ao mesmo tempo, que me cansou tanto (pelos bons motivos) que era domingo e às 21h, eu já tinha adormecido. E como sempre, se quando adormeço à meia-noite, acordo às 4 horas da manhã, ao adormecer às nove, acordei à uma da matina. Entrei no twitter (alias, acho que nunca desligo o troço) e vi todo o mundo a comentar os vestidos do red carpet dos Golden Globes. E decidi, pela primeira vez em quinze anos, ficar acordada para ver a cerimónia num site de streaming da internet. Não vou comentar vestidos (não é a minha parte preferida deste tipo de eventos), mas gostei de ver aqueles momentos de cumplicidade entre os actores enquanto decorre a entrega de prémios. Foi ver a Angelina Jolie apertar a bow tie do Brad, quase adormecer no colo dele, pôr gloss (eu achava que ela não precisava disso, que ela tinha gloss natural, mas a verdade sem vem à tona), ele a comer (afinal eles são humanos), a amizade do Tom Hanks e do Steven Spielberg (que só de veres os dois juntos, queres apenas dizer wow, tanto talento junto, vale a pena estar acordada, ai Deus, já são 3 horas da manhã). Ver o Andrew Garfield e acha-lo mais sexy do que nunca. Descobrir que o Jesse Eisenberg afinal também é hot. Ver a Jennifer Lopez e a sua voz irritante apresentar um dos prémios com o hot boy Alec Baldwin e ver a cara de orgulho (e outras coisas not PG-13) do Mark Anthony enquanto este olhava para a mulher. Ver a Annette Bening ganhar para The Kids Are All Right, dar primeiro um selo nos lábios da Julianne Moore (a parceira no filme), e só de seguida ao marido Warren Beatty – questão de prioridades. Ver o Robert “Hot as hell” Downey Jr, sarcástico como nunca, a maravilhosa Tilda Swinton mais pálida e branca do que nunca numa tentativa de imitar o David Bowie dos anos 1970, a Helena Bonham Carter naquela atitude geral dela de “not caring”, sentir um vazio quando a Laura Linney não esteve presente para ganhar o seu GG pela série The Big C, admirar a beleza da Jane Fonda num vestido inspirado pelos Jetsons, detestar o histerismo quase infantil da Kaley Cuoco quando o incrível Jim Parsons ganhou o prémio (Penny e Sheldon de The Big Bang Theory, respectivamente) e quase a fartar-me de ver Glee a ganhar tudo sem deixar espaço a outras séries melhores. Momento mais emocionante da noite? Poderia ter sido quando o Robert de Niro recebeu o prémio pelo incrível Matt Damon, mas quando o Michael Douglas foi apresentar o prémio e a audiência levantou-se, feliz por ele ter vencido a luta contra o cancro. Valeu a pena ficar acordada para ver isto tudo? Valeu, apesar do Ricky Gervais ter sido caustico até ao exagero.

Agora é ter a certeza que não vou poder fazer o mesmo quando for dos Oscars porque vou ter aulas no dia seguinte. Apesar de que se há alguém no mundo capaz de ir para a escola com apenas duas horas de sono, esse alguém sou eu.

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