Filosofia
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Rentrée. Rentrée. Rentrée. Rentrée. Rentrée. Rentrée. Rentrée. Arghhhhhh....
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Querida Sofia, Não há outra expressão para definir a minha vida neste momento. Just my luck. Lembras-te daquele dia de Outubro em que fiz um home-sitting para uma amiga, visto que ela tinha de ir trabalhar, a minha escola ainda não tinha...
- A Criança Que Atrai Com A Pele Que Repele
Querida Sofia,Aconteceu hoje de manhã no autocarro. Sentei-me e abri o meu livro para ler durante os vinte minutos de trajecto que tinha pela frente. Mas não consegui concentrar-me: pela primeira vez em alguns dias, não estava a chover, o sol estava...
- Meninas, Tenho Algo De Muito Importante Para Vos Anunciar!
Querida Sofia,“Réunion au sommet”, é o nome que se dá em França aos encontros importantes entre amigas, quando uma delas tem algo de importante para dizer como anunciar que foi pedida em casamento, que vai ter um filho ou que vai mudar de trabalho/país...
Filosofia
Wake me up when September starts - C'est la rentrée!
Querida Sofia,
Vinha falar-te da rentrée. É apenas A palavra mais importante e pronunciada em França, na transição de Agosto para Setembro. A rentrée serve para tudo: escola, trabalho, projectos. C’est la rentrée, j’attends la rentrée, j’ai peur de la rentrée, je ne vis que pour la rentrée. É o começo, o recomeço, o reinicio, o regresso de tudo o que teve de ficar em stand-by porque as pessoas ovacionam demais o sol para trabalhar. Vinha contar-te a transição entre semanas de transportes públicos vazios e o metro que apanhei ontem em hora de ponta, bem ao estilo de metro lotado no Japão. C’est la rentrée et je le sens bien. Vinha contar-te também o quanto estou ansiosa por uma resposta para começar as aulas de Ciências Políticas. Por vezes, é uma ansiedade boa, cheia de esperança. Começo a sorrir apenas imaginando-me ali. Outras vezes - a maioria - tira-me o pouco sono que tenho. Queria contar-te todas estas coisas positivas, boas, alegres, esperançosas que me fazem respirar melhor e me dão uma vontade certa de avançar. Mas a vida não quis assim.
Bati com o pé, bati com o pé, bati com o pé e ele regressou. Sim, ele. Ele que morou por um ano do outro lado do Oceano. Estamos neste momento de novo na mesma cidade, a respirar o mesmo oxigénio, a cruzar as mesmas pessoas, nas mesmas linhas de metro. Foi instantâneo quando soube: estava no metro e senti-me sufocar. Quis parar a carruagem, abrir as portas e respirar fundo. Quis vomitar. Sair dali a correr. Ar, ar, ar. Porque me sentia sufocar.
Chegou-me então a mensagem: quando nos vemos?
Conheço-me tão bem. Sou exactamente do género a apanhar um táxi às 2 horas da manhã e ir a correr para os braços dele. Poderia ter ido ter com ele assim que aterrou. Para esquecer o quanto chorei em Paris o ano passado ao vê-lo partir. O quanto ele chorou em Nova Iorque ao ver-me partir. Mas não. Afinal sou orgulhosa como uma porta. Disse-lhe que estava ocupada. Para que me contactasse de novo na próxima semana.
E porque Deus não faz as coisas pela metade, hoje tinha um encontro num café na rua dele. Mesmo a poucos metros da casa dele. Com uma amiga. Quis enviar-lhe uma mensagem de última hora para mudarmos o local de encontro mas decidi afrontar o touro pelos cornos (expressão francesa traduzida como calhou). C’mon, what are the odds? Uma cidade tão grande, é CLARO que não o vou cruzar na rua dele.
Sempre fui reticente a marcar encontros naquelas bandas. Pelas memórias. Todas boas. Mas são as boas memórias que nos fazem sofrer mais. E para hoje, tinha decidido que o encontro seria ali. Mal sabia eu que era no dia do regresso dele.
Bati com o pé, bati com o pé, bati com o pé e agora não o quero ver. Tanto contei, no passado, que este dia chegasse rápido e hoje parece-me precipitado demais. Agora quero que o tempo pare, que Agosto vá para o raio que o parta – pois sempre me trouxe azar - e que Setembro me dê a coragem de fazer o que achar certo.
Pareço uma pita de quinze anos. Ah, quero, ah não quero. Que seja. A única lição que aprendi com isto tudo é que quem esperou um ano espera uma semana. Ou duas. Ou até mais.
Cinco Sex on the Beach, por favor?!
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