Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Estado do Espírito Santo - 2008 - CESPE UnB
Filosofia

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Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Estado do Espírito Santo - 2008 - CESPE UnB  
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - FILOSOFIA

A palavra mito é usada habitualmente para significar alguma crença dotada de validade mínima e de pouca Verossimilhança. Nesse sentido indica algo de irreal, que apenas existe na fantasia. O mito, porém, quando ligado à tarefa de esclarecer a existência humana no mundo, representa uma forma autônoma de pensamento. O mito é conhecimento que contém o imediato da experiência em uma unidade elaborada por um espírito integrador, nunca por um mero discurso racional e científico. Arcângelo Buzzi. In: Introdução ao pensar - o ser, o conhecimento, a linguagem. Vozes, 1990, p. 85 (com adaptações.

Julgue como Certos ou Errados os itens subseqüentes, com relação às idéias do texto acima.

71 Entender o mito significa abandonar a perspectiva onírica em prol de explicações lógicas e psicológicas.

72 O conhecimento racional pretende ter um discurso explicativo sobre a origem do mundo e de todas as coisas ao transformar o mito em realidade.

73 Uma das funções do mito é revelar os profundos anseios do ser humano, abordando a interpretação da realidade em uma linguagem fantasiosa.

74 Na Grécia Antiga, havia filósofos que eram estudiosos da natureza (Physis), tendo como objeto de investigação o mundo real. Buscavam explicações naturais a partir de noções aplicadas universalmente, como a de causa.

75 O termo grego logos significa uma explicação em que são aduzidas razões teológicas que explicam o aparecimento do mundo pela atividade dos deuses.

76 O mito conta uma história sagrada, relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso do princípio.

77 O senso crítico moderno implica pensar e depois pensar sobre o pensado de tal modo que a filosofia se estrutura a partir da exclusiva consideração da forma do pensamento coerente.

78 Com relação ao surgimento da filosofia na Grécia Antiga, operou-se uma passagem do pensamento filosófico científico para o pensamento mítico religioso.

79 O caráter acrítico das novas teorias na filosofia antiga levou a uma visão dogmática, fazendo que até os dias de hoje elas sejam estudadas.

80 Em paralelo à noção de kosmos, que significa ordem e harmonia percebidas na natureza, encontra-se a noção de kaos, que é o estado da matéria anterior à organização explicado pelo seu sentido teleológico.

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A ciência é um conceito que diz respeito ao saber. A noção de saber evolui no decorrer dos tempos. Atualmente, existe uma convicção de que todas as coisas podem ser resolvidas por ela.
Nesse sentido, julgue os itens que se seguem tendo em vista a correlação entre filosofia e ciência.

81 A magia, por ter uma pretensa correlação causal, está historicamente próxima da constituição do conceito de ciência, o que aproxima o mago, o alquimista e o cientista.

82 Uma das concepções sobre o valor das ciências é a do ideal do conhecimento desinteressado que afirma que o valor de uma ciência encontra-se no rigor matemático, na exatidão e na coerência das teorias.

83 O utilitarismo é uma concepção da ciência que afirma que o valor de uma ciência encontra-se na quantidade de aplicações práticas que possa permitir.

84 No processo de aquisição do conhecimento, usa-se testar as hipóteses secundárias, pois encontram-se em nível empírico. Aprovadas as hipóteses secundárias, aprovada também está a hipótese principal.

85 Karl Popper só reconhece um sistema como científico se ele for passível de comprovação pela experiência. Essa consideração sugere para ele que a verificabilidade e não a falseabilidade de um sistema é que deve ser tomada como critério de demarcação.

86 Observa-se na ciência atual uma tendência a eliminar dos objetos todas as qualidades sensíveis, reduzindo-as a relações quantitativas em uma clara matematização da natureza.

87 Galileu generalizou a concepção de perfeição do mundo aplicando-a a todos os fenômenos físicos, celestes ou terrestres. Relativizou a noção de movimento, levando à idéia de que não existia a causa final defendida por Aristóteles.

88 As ciências humanas são impropriamente ciências; além disto as ciências humanas são explicações e justificativas que não possuem a forma de leis.

89 Segundo a Escola de Frankfurt, na medida em que a razão se torna instrumental, a ciência deixa de ser uma forma de acesso aos conhecimentos verdadeiros para se tornar, pela ideologia, um instrumento de dominação, poder e exploração.

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A questão moral diz respeito ao agir consciente do ser humano. A própria racionalidade determina um certo Distanciamento do sujeito em relação ao seu objeto para melhor avaliá-lo tendo em vista o estabelecimento de uma ação coerente em busca da felicidade.
A respeito da questão apresentada no texto acima em confronto com o tema cidadania, julgue os itens a seguir.

90 Considera-se Sócrates como o pai da ética, tendo como lema: "homem conhece-te a ti mesmo", quando, na sua época, ainda preponderavam os estudos cosmológicos.

91 Kant professava uma ética que pode se chamar do interesse, visto que entendia que os atos bons devem conduzir à prática de um bem útil.

92 Atualmente o termo moral, que significa o conjunto dos costumes destinados a regular a ação dos indivíduos, é sinônimo perfeito do conceito de ética e descreve os fatos históricos que variam conforme a época.

93 Schopenhauer não entende a ética ligada à noção de dever, mas ligada à noção de que a contemplação da verdade é o caminho de acesso ao bem. Para ele, o ser humano só encontrará salvação na auto-anulação da vontade e na fuga para o nada.

94 Uma vez que a moral, para Marx, cumpre uma função social, que é a de sancionar as relações e condições de existência de acordo com os interesses da classe dominante, fica justificada a classificação dada por ele à moral como infraestrutura ideológica.

95 Sartre entende, com relação à questão moral, que o existencialismo é coerente ao limitar a liberdade, tendo em vista que o direito de um começa onde o direito de outro acaba.

96 QUESTÃO ANULADA

97 O determinismo pode ser entendido como um conjunto de condições necessárias de um fenômeno ou como uma teoria segundo a qual tudo tem uma causa determinada, inclusive as próprias decisões da vontade, não havendo, portanto, liberdade humana.

98 Considerando-se a ética, para se atingir um fim bom na consecução da felicidade social, os meios podem ser de qualquer ordem, diferentemente da metodologia da ação, no contexto da felicidade pessoal, na qual os meios devem ser só bons.

99 A característica da obrigação moral é a de ser uma coação externa exercida pela sociedade. Esta coação penetra na mente do indivíduo, criando reflexos, hábitos e convicções.

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Considere os seguintes trechos de texto:
I - O artista, cada vez que a verdade se desvela, fica arrebatado, extasiado com o véu que permanece depois do desvelamento.
II - A arte consiste na criação de formas que manifestam a verdade, que desocultam as aparências, que mostram o mistério de tudo que aparece, do nobre e do vil, do agradável e do desagradável, do herói e do covarde, do fiel e do traidor.
III - A obra de arte, na intensa evocação do estranho no familiar, sempre revoluciona o mundo organizado e abala seu sentido de vida: denuncia nossa desfaçatez e a maneira infernal de vivê-lo. A arte é, pois, sempre revolucionária e denunciadora. Arcângelo Buzzi. In: Friedrich Nietzsche - Fragmentos póstumos, n.o 6. Introdução ao Pensar, 1977, p. 210.

Julgue os itens subseqüentes, com relação às idéias e à temática dos fragmentos de texto acima.

100 Os termos "véu" e "desvelamento", no trecho I, referem-se às estátuas da época da Renascença, que possuíam ranhuras e ondulações que representavam panos que as cobriam.

101 O trecho II diz respeito à característica mimética das artes plásticas, sempre tendo por parâmetro a teoria hilemórfica aristotélica, que trata dos conceitos de matéria e forma em todos os seres.

102 O conteúdo político revolucionário é uma das condições da constituição de toda obra de arte, que é mais bem expresso nas artes plásticas.

103 A partir dos trechos apresentados, infere-se que o artista é aquele que tem uma visão em profundidade da realidade intuída por uma inspiração que se poderia chamar de poética.

104 Tomás de Aquino entendia a arte como o que agrada à vista, entendendo o termo vista em um amplo sentido.

105 O termo estética liga-se originariamente ao sentido de percepção intelectual e sensação física. Só posteriormente evolui para o sentido de filosofia da arte.

106 A informação estética, ao contrário da informação semântica, não é necessariamente lógica, mas psicológica.

107 Para Theodor Adorno, integrante da Escola de Frankfurt, o fetichismo na música tem como fator original a troca do mero valor de uso pelo valor de troca.

108 A função de catarse da arte opera-se na medida em que há uma sintonia com os elementos da arte que são vivenciados com intensidade pelo sujeito.

109 As artes plásticas são arquitetura, escultura e cinema.

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Aprender é um modo de tomar posse, de apropriar-se. Aprender a conhecer o sentido constitui a base de sustentação e o fundamento de possibilidade para qualquer outro aprender. O que no ensino se dá e se presta, não são conteúdos, doutrinas, técnicas, em uma palavra, informações apenas. São condições e indicações para se tomar e aprender por si mesmo o que já se tem. Por isso, se alguém aprende e toma apenas conteúdos, doutrinas e técnicas, se armazena apenas informações, não aprende. Pois, aprender não é acumular, como crescer não é aumentar de tamanho. O professor é realmente professor e na medida em que for mais radicalmente aluno, estudante. Pois ensinar exige e impõe a ascese de aprender. Emanuel Carneiro Leão. In: Aprendendo a pensar, p. 46 (com adaptações).

Considerando o texto acima e tendo em vista a metodologia de ensino de filosofia, julgue os itens a seguir.

110 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, embora afirme que o currículo do ensino médio adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes, não apresenta qualquer manisfestação a respeito do domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia, necessários ao exercício da cidadania.

111 O estudo da filosofia propõe-se a vencer o medo que impede a autonomia do pensamento. A doutrina é caminho e não tese para a constituição de tutelados.

112 A metodologia platônica do ensino da filosofia privilegiava o sistema do diálogo por propor pontos de vista respeitando a liberdade de expressão e procurando uma coerência argumentativa intersubjetiva.

113 O conhecimento filosófico aprende-se pela abstração pura sem vinculação com o mundo exterior, sendo a introspecção a via única para a aquisição da convicção metafísica.

114 A autoridade de quem sabe e a influência de autoridade do representante magisterial exercem papel decisivo com relação à verdade no relacionamento do mestre que ensina filosofia e dos alunos que aprendem em uma pedagogia autêntica.

115 Para Heidegger uma coisa é verificar opiniões dos filósofos e descrevê-las. Outra coisa bem diferente é debater com eles aquilo que dizem, e isto quer dizer, do que falam.

116 O professor de filosofia no ensino médio, antes de definir-se por conteúdos, procedimentos e estratégias, precisa definir o sentido do seu filosofar.

117 O programa de filosofia para o ensimo médio deve ter um enfoque histórico, sendo inadequados enfoques como o sistemático ou por áreas de conhecimento.

118 É recomendável, para a metodologia do ensino da filosofia no ensino médio, a articulação de problemas tipicamente filosóficos com questões emergentes da experiência individual, social e histórica.

119 Na filosofia para o ensino médio, a busca de estruturas identificadoras de situações (topoi) prejudica o desenvolvimento das condições de inteligibilidade da problemática filosófica.

120 A posição crítica do discente não se consubstancia com a simples discussão, nem com a confrontação de posições contrárias ou mesmo com a doação de soluções pelo professor e sim com a sua estruturação de questões fundamentais.

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PROVA DISCURSIVA

As novas tecnologias têm se aproximado cada vez mais das camadas populares. Na atualidade, é quase que impossível viver totalmente distanciado dos aparelhos eletrônicos ou não fazer uso das novas tecnologias. As crianças e adolescentes se adaptam rapidamente ao manuseio dessas tecnologias, enquanto os mais idosos ficam resistentes a elas. A escola, de forma geral, deixa muito a desejar no uso e disponibilização desse tipo de equipamentos como recurso didático.
Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.
ESCOLAS APOSENTAM O GIZ.
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
- utilização das novas tecnologias como recurso didático;
- contribuições positivas que essas tecnologias podem proporcionar à aprendizagem;
- dificuldades e pontos negativos que as referidas tecnologias podem acarretar.

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GABARITO - Certo ou Errado
71E - 72E - 73C - 74C - 75E - 76C - 77E - 78E - 79E - 80E - 81C - 82C - 83C - 84C - 85E - 86C - 87C - 88E - 89C - 90C - 91E - 92E - 93C - 94E - 95E - 97C - 98E - 99E - 100E - 101E - 102E - 103C - 104E - 105C - 106C - 107C - 108C - 109E - 110E - 111C - 112C - 113E - 114E - 115C - 116C - 117E - 118C - 119E - 120C



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