Requiem for my New York-hate
Filosofia

Requiem for my New York-hate


Querida Sofia, 
Quando marquei as minhas férias, os meus colegas de trabalho que acham que me conhecem bem pela falsa impressão que nos dá ver as mesmas pessoas todos os dias, perguntavam-me se eu ia a Paris. Alguns nem perguntavam, assumiam apenas que se a je tinha férias, era para voltar para a sua última casa. 
Procurei um canto do mundo onde eu não seria uma turista (nunca fui, e se tudo correr bem, nunca serei turista na vida, mais sobre isso outro dia), um lugar que eu já conhecesse e poderia apenas conhecer um pouco melhor e um lugar onde eu pudesse ir sem ter um pedido de visto estupidamente negado. O grande e único vencedor foi os Estados Unidos. Tenho o meu irmão (& cunhada e sobrinhas) aqui a viver há dois anos - lembras-te? - e já conhecia Nova Iorque de outras andanças. Cá passei uma temporada em 2009, com visitas incessantes ao hospital e 10 a 12 horas de caminhadas pela cidade quotidianas. Não posso assumir que conheça esta cidade como a palma das minhas mãos, mas quase. Cada avenida e/ou rua tem para mim uma história, um momento, um símbolo  que Deus quis que nada significassem na minha vida. 
Apesar disso tudo, também nunca fiz aqui grande segredo que não é uma cidade que me fascine como fascina o resto do mundo, sobretudo porque a associava a uma perda e grande tristeza na minha vida. Reservei, ainda em Junho, os bilhetes para aqui chegar no final de Outubro, para 6 míseros dias úteis de férias. Entretanto, tive alguns compromissos profissionais e cancelei a tal viagem. Tive sorte, porque entretanto, a cidade ficou K.O. Remarquei a viagem para final de Janeiro, pedi o visto no consulado americano (e tive isenção de entrevista por já ter cá vindo no passado e não ter mostrado que, COMO TODOS OS TERCEIROMUNDISTAS, quis emigrar e viver aqui) e em uma hora, tive o assunto resolvido. Mas também não tenho grandes ilusões, sei que os Americanos (como outras nacionalidades) querem receber o valioso dinheiro dos turistas Angolanos. Bref, pouco importa a razão, vim a correr.
Vim sem bagagem (mais sobre isto mais tarde também) e com grande apreensão de detestar a cidade de novo. 
Não é o que está a acontecer. 
Reparei que pelo muito simples (e importante) facto que, entretanto, estou intensa e emocionalmente ligada a outra pessoa, o meu triste passado já não tem assim tanto impacto. 
Gosto de andar na rua, a ouvir a minha musica bem alto, olhar para o Chrysler Building (o meu edifício Art-Nouveau preferido de todo sempre), ver dezenas de pessoas a correr perto do rio, sentir o frio nas mãos e as Hunter a bater contra o chão entre o gelo e a neve, começar a rir a toda pela liberdade que finalmente sinto. E só por isso, agradeço-te, Nova Iorque. 

Desta vez, tens tudo para me fazer (ser) sinceramente feliz


Dear Sophie, 
When I booked my holidays, several work collegues asked - or even assumed - that I was spending it in Paris. I think that spending so many daily hours together give people the false impression we all know each other when we really do not. 
 I gave it some thought and looked for a place in the world where I would not be a tourist (I never was and, if everything goes well, never will be a tourist in my life - more on that later), a place I already knew and could know a bit better and where getting a visa from would not be complicated. 
The one and only big winner was the USA. I have my brother here (working for the U.N.) for the past two years and I had already been in NY a few years ago. I spent some time here in 2009, with several hospital visits and 10 to 12-hour daily walks in the city. 
I cannot say I know this city by heart but I know it quite well. Every street, every avenue, every corner has some kind of memory for me, that God decided would eventually become unimportant. Notwithstanding, 
I never hid I don't like this city as much as the rest of the world does, mainly because I only thought of loss and sadness when I thought about it. 
I first booked the trip in July for October, for only 6 business days, but in the meantime I had some professional meetings I could not afford to unattend. And the city was almost devastated by Sandy... I booked it again for the end of January, asked for the American Visa (and did not even need to be interviewed as they reported I had already been here and had not, as everybody else from the third-world, expressed the desire to live here eventually) and had it in ONE SINGLE HOUR. I also have no illusions this is because Americans want the Angolan tourists money, aight, yet I ain't gonna complain. 
I came with no luggage (more on that later too) and with the huge fear of hating the city again. It is not what is happening. I realized that ever since I got emotionally and intensily involved with a new person, my sad past is impact-less. 
I am loving walking in the streets, listening to the music way up high, looking at the Chrysler Building (my favourite Art-Nouveau building in the world), watching people jogging along the river, feeling the cold in my hands and my Hunter boots walking over snow and I can't help myself but laughing for all this freedom I am currently tasting till the last bud. 
And just for that, New York, I am thankful and really willing to believe 

that this time, you will make me extremely happy.



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