Filosofia
From Huambo, with (a lot of) Love
Querida Sofia,
Nos últimos dias, sai da minha rotina e zona de conforto, peguei no avião (TAAG!) e fui até ao Huambo, no Centro de Angola. Foram quase cinco dias e quatro noites com imensas descobertas, com muitos momentos para descansar, dormir, ler, passear, falar no futuro, comer e reflectir. Reflectir em várias coisas que me afectam positiva ou negativamente enquanto Angolana e/ou Cidadã do Mundo. Há vinte anos, eu não poderia ter feito esta viagem, pois o Huambo (cidade e província) foi um verdadeiro palco da nossa guerra civil, onde milhares de pessoas perderam a vida, onde milhares de edifícios e estruturas foram destruídos (para um cenário que ainda hoje podemos ver) e de onde fugiram muitos angolanos. A minha mãe nasceu no Huambo, e sempre que pensei no assunto, sempre imaginei um lugar absolutamente triste e desolador. O Huambo é verde. Martirizado pela guerra, mas cheio de vida, de chuva, de legumes e frutas, um renascer constante. Foi sem dúvida o lugar no mundo onde plantei mais certezas. E falando, em plantar e renascer, este cenário no trajeto entre as cidades do Huambo e Kuito (outro cenário de guerra a céu aberto), vi este tanque sobre o qual já me tinham falado, por estar abandonado há tantos anos e por uma arvore ter nascido no seu sarcófago enferrujado. Há esperança nas coisas mais brutais deste mundo. Há felicidade depois de grande dor. Há rosas a nascer entre pedras e rochas. O importante é acreditar e seguir em frente.
Obrigada.
Dear Sophie,
In the past few days, I left my routine and comfort zone, took an airplane (TAAG!) and skedaddled to Huambo, in the middle of Angola. Almost five days and four nights of many discoveries, with a lot of time to rest, sleep, read, sightsee, talk about the future, eat and think. I thought about many things that impact(ed) me as an Angolan and/or a Citizen of the World. Almost twenty years ago, making this trip happen would have been impossible because Huambo (as a city and as a province) was a deep civil war zone. Thousands of people lost their lives, hundreds of buildings and structures were destroyed (and we can see the results to this day) and wherefrom countless Angolans had to run away from. My mother was born in Huambo and as far as I remember, I always thought about this region as a devastated and awful place. Huambo is green. So green! It is blessed (or cursed) with daily rain, life, fresh produce, as if it were constantly ressurecting. This part of the world was, doubtlessly, the place where I planted the most certainties in my life. And as we are talking about planting and rebirths, this scene was pictured on our way to Kuito, from Huambo. Kuito was also a massive war zone. I was told about this abandoned and rusty war tank from which a tree is striving to life, as if the scenery was just... natural. There is hope in the middle of the greatest violence. There is happiness after tremendous pain. There are roses growing out of concrete everywhere. We just have to believe, be resilient and move on.
Thank you.
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