Filosofia

Sobre o poder das aparências ou como encaixar o marido da outra no blog

Querida Sofia,

A primeira vez que vi uma foto do Russell Brand, o ano passado, fiquei com má impressão. Ele insiste em manter os olhos esbugalhados, os dentes à mostra como quem espera um palito, um cabelo muito comprido e por vezes de aspecto duvidoso e indumentárias um tanto quanto particulares. Como não posso ver os episódios do show da Ellen, tento ver de quando em vez as entrevistas no youtube. Enquanto via uma entrevista, vi ali a sugestão para que clicasse na seguinte e que era com o tal de mister Brand. Disse-me que ia clicar, why not, para ver. E daquela entrevista, cliquei noutras, no Letterman e outros entrevistadores do panorama americano e inglês. Devo confessar que, piada após piada - momentos autobiográficos cheios de altos e baixos, a conquista de cada dia sem drogas depois de uma vida de dependência, o relato da sua história de amor (pediu a namorada em casamento apenas semanas depois de começarem a namorar, hello?), o seu humor negro que os Americanos parecem não compreender – fizeram com que percebesse que ele é mais do que um par de olhos esbugalhados e sim um gajo aparentemente (sim, aparentemente porque não sou eu que durmo com ele) apaixonante.

Isso fez-me pensar no poder das aparências e do julgamento prematuro das pessoas, que seja negativo ou positivo.

Fez-me sobretudo pensar no moço por quem caí nas graças (apenas nas graças, e felizmente, não nos braços) no final do ano passado que afinal é um bebé imaturo, com a mente fechada e finalmente uma decepção, mas sem que isso tenha sido culpa dele, mas apenas da minha própria idealização da pessoa que no fundo queria que ele fosse.

A minha entrevista preferida e onde percebi que era preciso ter muitos parafusos para parecer tão desparafusado.

Russell Brand talking about Katy Perry no Live with Regis & Kelly

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