De volta a Angola - Mercado informal do quilometro 30 | Back to Angola #4 - The informal open market on KM30
Filosofia

De volta a Angola - Mercado informal do quilometro 30 | Back to Angola #4 - The informal open market on KM30


Querida Sofia,
Os meus pais andam com bastante receio que eu não me adapte a Angola. O meu pai, ontem em conversa com um amigo, disse "temos de mostrar-lhe como é que isto funciona". Para isso, não se fez rogar e sem me dar conta já estavamos num carro pelas novas "autoestradas" de Luanda e arredores e fomos até ao KM 30, que tem um mercado informal onde se compra de tudo e mais alguma coisa. O meu pai queria que comprassemos sobretudo comida, do tipo sacos de batata, cebola, farinha, feijão, ovos e companhia. Que imersão na realidade deste país! Ando extremamente deslumbrada com o desenvolvimento que Luanda tem tido e mostrado nos últimos anos, mas ir ao mercado, isto é que é África (okay, África talvez não, mas é Angola sim). Quando chegamos, de início, o meu pai disse que eu podia ficar no carro e nem o contrariei, preferi vê-lo interagir com os vendedores ao longe. Uns minutos depois, fiquei farta de esperar e não fazer nada e lembrei-me que queria comprar detergente da loiça então saí do carro. Não sei se o meu pai ficou surpreso ou não, mas aposto que algo na cabeça dele fez "check!". O engraçado foi eu perguntar às pessoas "onde posso comprar detergente de loiça?" e todo o mundo com cara de "o quê que esta nos está aqui a dizer?". Ainda bem que o motorista veio ao meu socorro, para traduzir para "aquele líquido para lavar a loiça". Não digo que queira lá voltar todos os dias, mas pelo menos uma vez por mês, acho que tenho de lá voltar para tocar na realidade de frente, negociar em directo e ver como anda realmente este país. Mas cá entre nos, devo-te confessar que isso me faz sentir mesmo feliz.














Dear Sophie,
My parents are quite scared of me not adapting to the Angolan life(style). My father was yesterday on the phone with a friend and he said something that was all "I have to show her how things work around here". He didn't wait a minute to give me one first lesson and in the blink of an eye, we were already taking the Luanda (and its outskirts)'s freeway and we went to Kilometer 30 that as an informal open market where you can buy anything you can imagine. My father wanted us to buy food mostly, like potato bags, onions, beans, flour, eggs and company. Wow! What an incredible imersion into this country's reality! I have been quite astonished at Luanda's development and growth in the past years but going to the market is really what Africa is all about! (okay, maybe not Africa, but at least, Angola). As we arrived, my father said I could stay in the car and I didn't even go against him, I just wanted to see him interact with the people from far. But a few minutes later, I was tired of waiting sitting around doing nothing and remembered I needed detergent to wash the dishes. As I got out of the car, I don't know if my father was surprized or not, but I bet something in his head did "check!". The funniest part was me asking the vendors "where can I buy detergent" and them looking at me as if I were an alien. Thank God my driver was by my side and translated it for me "she wants that liquids to wash the dishes".
I don't want to go there every given day, but I guess once a month is a good call so that I can see what is the real reality of this country, one-on-one negociation and to see what is going on with my people. But to be pretty honest with you, I am very happy about that perspective.







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