Filosofia
Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Prefeitura Municipal de Pelotas - RS - Fundação Conesul de Desenvolvimento - 2008
Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Prefeitura Municipal de Pelotas - RS - Fundação Conesul de Desenvolvimento - 2008
Conhecimentos Específicos
21. Supondo que a fórmula p v q é verdadeira, indique qual das fórmulas seguintes é necessariamente verdadeira.
a) p
b) p ^ q
c) ¬ ( p ^ q )
d) p ? ( p v q )
e) ¬ ( (¬ p ^ ¬ q ) )
22. Existem diferentes maneiras, na linguagem ordinária, de exprimir negações, conjunções, disjunções, condicionais e bicondicionais. Tendo isto em vista, considere as seguintes sentenças:
1. A moralidade faz sentido caso exista o livre arbítrio.
2. Provar a existência de Deus é impossível.
3. Se algo é uma obra de arte, é criação de um artista e vice-versa.
4. O conhecimento é matéria da filosofia, mas a fé também.
5. Quanto às referências obrigatórias sobre o princípio da separação dos poderes, as alternativas são Locke ou Montesquieu.
6. Uma condição necessária para a felicidade é a confiança no futuro.
7. Os conhecimentos práticos são ou imperativos, enquanto tais contrapostos aos conhecimentos teóricos, ou fundamentos para imperativos possíveis, enquanto tais contrapostos aos conhecimentos especulativos.
Indique a alternativa correta.
a) (1) e (7) exprimem condicionais.
b) (2) exprime uma negação e (3) exprime uma disjunção.
c) (1) e (6) exprimem condicionais e (4) e (5) exprimem disjunções.
d) (6) exprime um condicional e (5) e (7) exprimem disjunções.
e) (2) exprime uma negação e (3) e (7) exprimem conjunções.
23. Vem, pois, e eu te direi - e tu, atenta para meu dito e leva-o contigo - os dois únicos caminhos de investigação em que se pode pensar. O primeiro, aquilo que é e que lhe é impossível não ser, é o caminho da convicção, pois a verdade é sua companheira. O outro, aquilo que não é e que precisa necessariamente não ser - esse, eu te digo, é uma trilha sobre a qual ninguém podem aprender. Pois não podes conhecer o que não é - isso é impossível - nem enunciá-lo, pois o que pode ser pensado e o que pode ser são o mesmo. Parmênides de Eléia, O Caminho da Verdade
A partir do texto, considerando a filosofia de Parmênides, indique a alternativa correta.
a) A identidade parmenídea entre pensamento e ser constitui um obstáculo à pensabilidade da mudança.
b) Para Parmênides, para cada forma de ser existe uma quantidade infinita de não-seres.
c) A relação entre ser e ser pensado, segundo Parmênides, é temporalmente estabelecida, de modo que depende das relações de anterioridade e posterioridade constitutivas de sua ontologia.
d) O conhecimento do não-ser, para Parmênides, depende da convicção e da verdade que lhe é associada.
e) A ontologia parmenídea estabelece uma distinção fundamental entre o enunciado do ser e a existência do ser.
24. A palavra "dor", por exemplo, deveria referir-se a certos tipos de comportamento, como o de gemer de dor, o contorcer-se etc.; ou então ela se refere à disposição de, em certas circunstâncias definidas, demonstrar tais comportamentos. O mesmo se aplica a termos menos comodamente relacionáveis ao comportamento, como "pensamento" e "eu". Dizemos que uma pessoa pensa, quando ela realiza certas ações ditas racionais, ou quando temos razões para crer que pode realizá-las; e isso deve ser o próprio pensamento. A palavra "eu", por sua vez, poderia referir-se a coisas como um corpo humano com certas características observáveis, a comportamentos desse corpo, a disposições comportamentais próprias desse corpo, as quais em circunstâncias adequadas se fariam observáveis, e nada mais. Pretender que palavras como "eu" e "pensamento" se refiram a mais do que isso seria (...) sinal de um preconceito subjetivista. Cláudio F. Costa. Ensaios Filosóficos
Indique qual das teses abaixo é defendida no trecho acima.
a) Diferentemente do que pensam os dualistas cartesianos, os acontecimentos mentais são meros epifenômenos.
b) Os eventos mentais podem ser analisados em termos comportamentais.
c) Os estados mentais são estados físicos do cérebro.
d) Conhecemos os conteúdos de outras mentes por analogia com a nossa vida mental.
e) Não podemos estabelecer uma conexão racional entre a nossa vida mental e o mundo físico.
25. (...) o homem moral, como o lógico e o artista, está realmente à procura da submissão. (...) O santo, como o pensador e o artista, já o disse nestas palavras: sinto-me mais em liberdade, disse São Paulo, precisamente quando sou mais escravo. Brand Blanshard. O Acaso a Favor do Determinismo
De acordo com o texto acima, indique a opção em que as duas asserções são verdadeiras, sendo a segunda uma justificação correta da primeira.
a) O autor se refere ao sentido político, e não ao sentido metafísico da liberdade porque, no sentido metafísico, a liberdade não pode ser entendida como "submissão".
b) O santo, o pensador e o artista são livres porque seguem um padrão determinado por um ideal impessoal.
c) A submissão voluntária é entendida como liberdade porque liberta o sujeito do compromisso de, a cada momento, fazer escolhas.
d) O artista é livre porque não está sujeito a regras.
e) O homem moral, o lógico e o artista se sentem livres porque abrem mão do seu livre arbítrio voluntariamente.
26. As teses abaixo referem-se à primeira das Meditações de Filosofia Primeira de Descartes.
I. O ponto de partida da primeira meditação é o princípio segundo o qual baseamos nossas crenças nos nossos sentidos.
II. O método da dúvida adotado na primeira meditação consiste em analisar cada uma das nossas crenças e suspender o juízo a respeito de cada uma delas.
III. O argumento cartesiano do sonho permite duvidar das nossas percepções dos objetos compostos, pois ele levanta a hipótese de que estes sejam construções da nossa imaginação.
IV. No argumento do sonho, Descartes apresenta a hipótese de que a vida seja um sonho gigante do qual nunca acordaremos porque não haveria onde acordar.
V. O argumento do deus enganador ou gênio maligno é a última etapa da dúvida cética da primeira meditação. Ele permite duvidar das verdades da matemática e da geometria que resistiram ao argumento do sonho.
São verdadeiros apenas os itens
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I, III e V.
d) II, III e IV.
e) II, IV e V.
27. Por matéria eu quero dizer aquilo que em si mesmo nem é uma coisa particular, nem uma certa quantidade (...) pelas quais o ser seria determinado. Pois há algo de que cada uma dessas coisas é predicado, cujo ser é diferente de cada um desses predicados (pois os outros predicados, que não a substância, são predicados da substância, ao passo que a substância é predicada da matéria). Logo, o substrato último não é em si mesmo nem uma coisa particular, nem uma quantidade particular nem positivamente caracterizada de outra maneira; nem, ainda, é a negação dessas coisas (...).
Se adotamos esse ponto de vista, então, segue-se que a matéria é substância. Mas isso é impossível, pois tanto a separabilidade como a estialidade* devem pertencer principalmente à substância. E assim forma e composto de forma e matéria e não [somente] a matéria, seriam pensados como o ser da substância.
Aristóteles, Metafísica
[*estialidade: o estado de existência objetiva ou a realidade de um ser]
A partir do texto, julgue os itens a seguir:
I. A matéria é uma coisa particular que determina o ser, segundo Aristóteles.
II. Aquilo de que coisas particulares e quantidades são predicados não é diferente deles - coisas particulares e predicados.
III. A substância é predicada da matéria, mas não se define somente como matéria, e sim como um composto de matéria e forma.
IV. Forma e matéria são as duas substâncias que determinam a substância composta.
V. Ainda que componha o ser substancial, a matéria não determina o ser substancial: a forma é o princípio de determinação do ser substancial.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I e II.
b) IV.
c) V.
d) III e IV.
e) III e V.
28. No simples intuito de explicar didaticamente sua observância da vida comum e sem nenhuma pretensão a uma esquematização exaustiva e rígida, o pirronismo antigo ressaltava quatro aspectos que caracterizam nossa prática cotidiana conforme o fenômeno: em primeiro lugar, sentimos, por assim dizer, a orientação da natureza, servindo-nos, espontaneamente, de nossos sentidos e de nosso intelecto; cedemos também, como não poderia deixar de ser, à necessidade das afecções e de nossos instintos; de um modo geral, nos conformamos à tradição das instituições e costumes, inseridos que estamos num contexto sociocultural; finalmente, adotamos os ensinamentos das artes desenvolvidas por nossa civilização e incorporadas ao cotidiano da vida em sociedade. Nosso uso da linguagem comum se amolda obviamente a todas essas dimensões do cotidiano em que estamos mergulhados e nos sinaliza a profundidade de nossa inserção nele.
Osvaldo Porchat Pereira. Vida comum e ceticismo A partir do texto, no que se refere ao pirronismo, considere os itens a seguir:
I. O cético não pode viver de acordo com a sua filosofia, pois, ao suspender o juízo sobre as aparências, deve permanecer completamente inativo.
II. Para o pirronismo, o critério da orientação prática não é o juízo teórico, mas a aparência.
III. Uma filosofia pode ser considerada dogmática na medida em que toma o fenômeno como critério teórico.
IV. O pirronismo defende a aceitação passiva das instituições e dos costumes.
V. No que se refere ao critério da orientação prática, o pirronismo se caracteriza pela negação das aparências.
Estão corretos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) IV e V.
29. A primeira coisa que nos é dada é o fenômeno que, se estiver ligado a uma consciência, se chama percepção (...). Mas, porque todo fenômeno contém um diverso e, portanto, se encontram no espírito percepções diversas, disseminadas e isoladas, é necessária uma ligação entre elas, que elas não podem ter no próprio sentido. Há, pois, em nós uma faculdade ativa da síntese deste diverso, que chamamos imaginação, e a sua ação, que se exerce imediatamente nas percepções, designo por apreensão.
A imaginação deve, com efeito, reduzir a uma imagem o diverso da intuição; portanto, deve receber previamente as impressões na sua atividade, isto é, apreendê-las.
Immanuel Kant. Crítica da Razão Pura
Considerando o texto de Kant, julg ue os itens seguintes.
I. A intuição, que corresponde à percepção, e a apreensão, que corresponde à síntese do diverso da intuição, são dois momentos distintos que estão na base de todo conhecimento empírico.
II. Observar já é interpretar, neste sentido: ver algo é vê-lo como algo.
III. O entendimento é, ele mesmo, uma faculdade de intuição, pois todo o conhecimento do entendimento é intuitivo.
IV. A imaginação, faculdade não limitada apenas às reproduções, é um ingrediente da própria percepção.
V. Um adulto e uma criança de dois meses podem apreender exatamente os mesmos dados sensíveis - mas enquanto o adulto vê, digamos, um microscópio, a criança pode não ver coisa alguma em particular.
Estão corretos apenas os itens
a) I, II e III.
b) I, III e V.
c) II, III e IV.
d) II, IV e V.
e) III, IV e V.
30. O que é, pois, que se conhecia deste pedaço de cera com tanta distinção? Certamente não pode ser nada de tudo o que notei nele por intermédio dos sentidos, visto que todas as coisas que se apresentavam ao paladar, ao olfato, ou à visão, ou ao tato, ou à audição encontram-se mudadas e, no entanto, a mesma cera permanece. Talvez fosse como eu penso atualmente, a saber, que a cera não era nem essa doçura do mel, nem esse agradável odor das flores, nem essa brancura, nem essa figura, nem esse som, mas somente um corpo que um pouco antes me aparecia sob certas formas e que agora se faz notar sob outras. Mas o que será, falando precisamente, que eu imagino quando a concebo desta maneira?
René Descartes, Meditações Metafísicas
A partir do texto, assinale a alternativa correta.
a) O exemplo do pedaço de cera é um expediente utilizado por Descartes para introduzir um critério epistêmico estritamente racional e independente da sensibilidade.
b) Descartes usa esse exemplo para pôr em xeque a concepção clássica de matéria.
c) O exemplo do pedaço de cera evidencia que a sensibilidade tem uma função epistêmica necessária e suficiente na fundação do conhecimento científico.
d) A inteligibilidade da mudança do pedaço de cera, para Descartes, não depende dos sentidos, porque estes estão em constante mutação.
e) O exemplo do pedaço de cera é um expediente retórico que serve para introduzir a dúvida hiperbólica na economia das Meditações Metafísicas.
31. Diz-se que um Estado foi instituído quando uma multidão de homens concordam e pactuam, cada um com cada um dos outros, que a qualquer homem ou assembléia de homens a quem seja atribuído pela maioria o direito de representar a pessoa de todos eles (ou seja, de ser seu representante), todos sem exceção, tanto os que votaram a favor dele como os que votaram contra ele, deverão autorizar todos os atos e decisões desse homem ou assembléia de homens, tal como se fossem seus próprios atos e decisões, a fim de viverem em paz uns com os outros e serem protegidos dos restantes homens. É desta instituição do Estado que derivam todos os direitos e faculdades daquele ou daqueles a quem o poder soberano é conferido mediante o consentimento do povo reunido.
Thomas Hobbes, Leviatã
A partir do texto, considere os itens seguintes.
I. O direito natural hobbesiano conta com uma teoria do Estado como emanação: conseqüência natural da natureza humana.
II. A multidão que institui o Estado não é obrigada a votar nos mesmos candidatos a governantes, mas a autorizar o candidato que obtiver maioria a exercer o poder sobre todos os membros da multidão.
III. A autorização a um governante é garantia de uma comunidade de razão, voltada à maximização da felicidade geral.
IV. O critério da universalidade da representação política e não a escolha pela maioria, segundo Hobbes, é condição para a autorização dos atos do poder político, seja ele um homem ou uma assembléia de homem.
V. A paz e a proteção, não a felicidade e a fé na razão, justificam, para Hobbes, a autorização.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I.
b) V.
c) IV e V.
d) II, III, IV.
e) II e V.
32. Na deliberação, o último apetite ou aversão imediatamente anterior à ação ou à omissão desta é o que se chama vontade, o ato (não a faculdade) de querer. Os animais, dado que são capazes de deliberações, devem necessariamente ter também vontade. A definição da vontade vulgarmente dada pelas Escolas, como apetite racional, não é aceitável. Porque se assim fosse não poderia haver atos voluntários contra a razão.
Thomas Hobbes, Leviatã
Considere os itens a seguir.
I. Para Hobbes, a vontade é necessariamente irracional.
II. O tratamento hobbesiano da vontade privilegia o ato sobre a potência.
III. O reconhecimento de que os animais têm vontade compromete Hobbes com a tese de que os animais têm direitos.
IV. O apetite racional, para Hobbes, é o elemento determinante da ação.
V. Atos voluntários contra a razão não são inteligíveis, segundo Hobbes, se a vontade é tratada como apetite racional.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) II.
b) I e II.
c) II, III e IV.
d) IV e V.
e) II e V.
33. Se Deus é racional, não ordena o impossível; se Deus governa todos os acontecimentos por meio da sua providência, pode garantir que não existam circunstâncias nas quais um homem se vê, sem culpa, confrontado com uma escolha entre atos proibidos. É claro que tais circunstâncias (com a cláusula "e não há saída" escrita na sua descrição) são suscetíveis de serem descritas de forma consistente; mas a providência divina assegura que não ocorrerão de fato.
Peter Geach. Deus e a alma
Pelas razões acima, Geach pretende justificar uma concepção
I. religiosa da ética segundo a qual as regras morais não admitem exceções.
II. utilitarista da ética, no sentido de que as regras morais têm um caráter universal.
III. kantiana da ética segundo a qual as ações têm um valor moral intrínseco prima facie.
IV. kantiana da ética, no sentido de que as regras morais têm um caráter absoluto.
V. segundo a qual as ações têm um valor moral intrínseco, compatível com a concepção aristotélica da ética.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I e II.
b) I e IV.
c) I e II e IV.
d) III e IV.
e) III, IV e V.
34. A alienação do homem em relação ao homem aparece como conseqüência imediata do fato de que o homem se tornou estranho ao produto de seu trabalho, à sua atividade vital, ao seu ser genérico. E se homem se opõe a si mesmo ele também se opõe aos outros. O que é verdadeiro na relação do homem com seu trabalho, com o produto de seu trabalho e quanto a si mesmo, é verdadeiro na relação do homem com os outros, assim como quanto ao trabalho e ao objeto do trabalho dos outros.
Karl Marx, Manuscritos Econômico-Filosóficos
A partir do texto, tendo em vista a crítica marxista à economia política e o papel da teoria da alienação nessa crítica, considere os itens a seguir.
I. A alienação é conseqüência imediata da natureza humana, que exige o trabalho para a sobrevivência.
II. A vida prática, marcada pelo trabalho, determina a consciência do homem da sua condição, enquanto ser humano genérico, frente a si e frente aos outros homens.
III. Segundo Marx, a guerra de todos contra todos é uma das conseqüências imediatas da natureza humana sob a alienação e isso é o que ele quer dizer com a noção de oposição.
IV. A consciência do trabalho e do objeto de trabalho dos outros homens é independente da relação que o indivíduo tem com o seu trabalho.
V. A alienação é conseqüência imediata do caráter alheio do produto de seu trabalho em relação ao que o indivíduo é enquanto ser humano que não se define exclusivamente como agente econômico.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I.
b) II e V.
c) III.
d) III, IV e V.
e) II.
35. O Estado é a realidade efetiva da Idéia ética - o espírito ético enquanto vontade substancial, revelada, clara a si mesma, que se pensa e se sabe, que executa o que sabe e à medida em que o sabe. Ele tem sua existência imediata nos costumes, sua existência mediada na consciência de si, no saber e na atividade do indivíduo, assim como, por sua convicção, o indivíduo possui sua liberdade substancial nele [Estado], que é sua essência, seu fim e o produto de sua atividade.
G.W.F. Hegel, Filosofia do Direito
A partir do texto, indique a alternativa correta.
a) O Estado hegeliano é uma estrutura dogmática, que realiza sua vontade a despeito das consciências e sobre elas.
b) O Estado é o único fim e o que determina aquilo que os indivíduos são, segundo Hegel.
c) Ser a realidade efetiva da idéia ética significa ser aquilo que de ético há nos costumes e nas consciências que se sabem parte de uma totalidade que os ultrapassa e determina.
d) A liberdade do indivíduo independe dessa estrutura abstrata que funciona apenas como instrumento de controle de suas mentes.
e) Segundo Hegel, o Estado é o proprietário da força de trabalho dos homens.
36. Mas, se é preciso chamar "paz" a escravidão, a barbárie e a deserção, não há algo mais miserável para os homens do que a paz. Sem dúvida há entre pais e filhos maior número de conflitos e com mais intensidade que entre senhores e escravos; contudo, não é do interesse da economia doméstica mudar o direito paternal de modo a tornar as crianças escravos. Transferir todo o poder a um só homem é, portanto, ir em direção não da paz, mas da escravidão: a paz, com efeito, (...) não consiste na ausência de guerra, mas na união dos corações, quer dizer, na concórdia.
Baruch Spinoza, Tratado Político
A partir do texto, considere os itens a seguir.
I. Para Spinoza, a paz universal é condição necessária e suficiente para a delegação do poder político a um governante capaz de assegurar a vida em sociedade.
II. O poder político, segundo Spinoza, deve, antes de tudo, garantir a paz, ou seja, impedir a guerra de todos contra todos.
III. A liberdade, a justiça e a não-violência são os ideais reguladores de uma sociedade de concórdia, segundo Spinoza.
IV. A paz de uma sociedade não se define pela ausência de conflitos, mas pela ausência da escravidão, da barbárie e da subjugação a um poder transferido a um só indivíduo.
V. A paz não se define pela ausência de conflitos, mas pelo acordo racional de todos, pactuado segundo regras racionais estabelecidas a priori.
Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns)
a) I, II e V.
b) I, IV e V.
c) III e IV.
d) IV.
e) V.
21E 22D 23A 24B 25B 26C 27E 28C 29D 30A 31E 32E 33B 34B 35C 36D
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