Dica para estudantes e jovens profissionais: como maximizar rendimentos na cozinha
Filosofia

Dica para estudantes e jovens profissionais: como maximizar rendimentos na cozinha


Ou muito basicamente: como poupar dinheiro na comida.
O quê? Poupar dinheiro em comida? Que horror! Que blasfémia! Passo a explicar, querida Sofia. Já sou estudante ou jovem whatever fora da saia da mãe há quase dez anos. E como todo estudante que foi para fora, já fui muito má gestora do meu dinheiro ao ponto de não ter mais dinheiro para comer. Coisas que quem nunca saiu da casa dos pais não conhece (agradeçam a Deus). Então passo a explicar esta maravilhosa situação de vida, que não recomendo a ninguém: vamos supor que recebes a tua mesada ou bolsa no início do mês, para viver durante os 30 DIAS a seguir. A verdade é que por vezes, quando somos novos, emocionados com o dinheiro que temos de gerir sozinhos e sem noção da vida, gastamos tudo rapidamente. Claro, vamos ao supermercado e gastamos o resto em menos de quinze dias. Depois, de dia 15 a 30 do mês, well, é comer massa com massa porque é o que há de mais barato. Lembro-me de um casamento ao qual fui em 2007. Eramos uma mesa de muitos estudantes que saíram cedo de casa para estudar no estrangeiro e trocamos dicas de pobreza como: comer farinha com chocolate em pó e água de manhã para fingir que tínhamos um bom “pain au chocolat” (garanto-te que é um nojo e não sabe a pão com chocolate de todo), comer massa todos os dias, arroz com arroz (e olhem que aqui em França o arroz é caro) e contar cêntimos para comprar uma mera baguette. Foi uma das conversas mais divertidas e realistas que tive na vida. O que mais me desconcertou foram as pessoas à mesa que nunca tinham ido estudar fora e que nunca tiveram problemas de dinheiro. Não sabiam o que dizer. Dei-me logo conta que vivíamos em mundos paralelos. Já fui pobre, já contei aqui a ginástica que a minha mãe fazia para alimentar tantos filhos e enteados e acho que tirei dai algumas lições de vida.
O que acontece quando trabalhamos o dia todo ou estudamos das 8 da manhã até chegar a meia noite, é que passamos a escolher a facilidade para comer: uma pizza, um menu do McDonalds, um kebab da esquina. O que no final, não é saudável e ao fim ao cabo de dez dias, já acabou com as nossas economias. E por isso engordamos. Por isso não sabemos por vezes gerir o nosso orçamento.
No outro dia, armei-me de coragem e paciência e tirei todos os legumes (quase todos "organic" / biológicos) que tinha na geleira. Muitas vezes, nós os jovens não compramos frutas e legumes porque não temos a paciência de descascar e cozinhar. Estes acabam por apodrecer, o que é dinheiro perdido porque um bom cesto cheio de frutas custa muito mais do que um cesto cheio de massa, arroz e bolachas. Lavei e descasquei o que tinha de ser descascado e cortei tudo em pedacinhos. Peguei em quase todas as (poucas) panelas que tenho, salteei cogumelos (depois de 9 anos em França, é pecado comer cogumelos em lata), fiz uma ratatouille com tomate, curgete, beringela e pimentos, cozi rúcula com cebola (prato que descobri em Roma e redescobri em New York, ainda melhor que espinafre cozido!) e suei um quilo de alho francês. Ao arrefecer, congelei tudo em pequenas porções. Com o resto que ficou cru pois não coube nas panelas, dividi em sacos para congelar para poder cozinhar facilmente numa noite na qual a paciência e vontade de cozinhar esteja perto do limite zero. Custo da operação? além dos legumes e da paciência, zero. E não preciso ir para a rua comprar algo que custe 10 vezes mais apenas porque não quero cozinhar em casa. Porque a preguiça custa caro, engorda and I just can’t bare either of them anymore.

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