Sobre o jantar francês (ou uma das mil razões que fazem com que as Francesas não engordem)
Filosofia

Sobre o jantar francês (ou uma das mil razões que fazem com que as Francesas não engordem)


Querida Sofia, 
Incrível como os hábitos alimentares que nos inculcam desde pequenos “perseguem-nos” a vida toda. Lembro-me, pequena, de chorar na África do Sul “porque não me davam almoço”. Ali, as pessoas comem um pequeno-almoço robusto, um semblante de sandes ou uma mini salada ao almoço e voltam a comer uma refeição “de verdade” ao jantar. 
Não compreendia porque não comiam a sério ao almoço. Sempre fui habituada ao arroz, ao peixe frito, à batata cozida, ao carapau grelhado, e essas coisas todas ao meio-dia. Mas só tinha dez anos. Ao crescer, reclamar da cultura [alimentar] dos outros pode revelar “outra coisa”.
O jantar francês é muito diferente do jantar sul-africano. Não comem quase… nada. Há famílias nas quais servem apenas esparguete com sumo de limão (a sério) ou um prato de feijão verde com uma fatia de fiambre. Não é uma refeição robusta apesar de ser a única que reúne toda a família à mesa depois do dia inteiro passado no trabalho ou na escola, sobretudo nas famílias nas quais o pequeno-almoço e o tempo para tal não existe.
O meu pai é das pessoas que morreria se tivesse de viver num regime alimentar tipicamente francês. Se a refeição ao jantar (ou qualquer outra hora do dia) não é a valer para ele, não é refeição. Aposto que ele se atiraria de um prédio se fosse submetido ao “dîner planche” como o das fotos. 
Quando vais tomar um copo com amigos, que seja na casa deles ou num bar, é raro jantarem. E se a fome bater, a refeição tem de ser ligeira. Se escolheres uma refeição a sério, é preciso estar pronto a “sofrer olhares pesados” que te dão tanta culpa que quase ficas sem fome.
Duas sugestões: depois do(s) copo(s) de vinho, é frequente pedir uma tábua com charcutaria ou queijos (ou a mistura dos dois) com fatias de baguette. Para as que prestam atenção à linha, podem pedir uma tábua de legumes, com baby carrots, nabos, azeitona pisada (tapenade), creme de queijo branco e alho (aioli) e companhia. E mais um copo de vinho.

E a noite acaba com tábuas vazias, copos vazios e muitos sorrisos.

(e fome, talvez?!)


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