Filosofia
Um ano em Angola | One year in Angola
Um ano em Angola (what?!) ensinou-me que:
A year in Angola (what?!) taught me:
- nunca gostei, e pelo andar das coisas, nunca vou conseguir gostar, de expatriados à antiga (estou a falar do expatriado do tipo colono, que odeia os “nativos”, que se sente superior aos habitantes do país que lhe paga o salário, que não aguenta ficar um dia de férias aqui, que critica o país todos os dias como se lhe tivessem obrigado a vir, que não tece relações com as pessoas do país porque, de novo, se sente superior enquanto não tem razão para isso).
- I was never very fond of – and at this pace, never will be – old-fashioned expats. Which kind of expats am I talking about in particular? The ones that feel they are the last cookie in the jar, that “native people” are way too dumb or inferior to them, that they cannot spend a day of holidays here, that everything here is horrible as if WE had asked them to come, and other nasty stuff like that.
- a tirar os sapatos, pelas 7h da manhã, enquanto estou toda arranjadinha para ir para o trabalho, para andar na lama/água barrenta porque há uma inundação na nossa rua/prédio porque choveu a noite toda e não há infra-estruturas para aguentar o mínimo pé de chuva. Porque não ando sempre com as minhas botas de chuva, pergunto-me eu.
- One is never to shy away from having to take away one’s shoes, at 7AM, while one is all dolled-up to go to work, because perhaps a water pipe burst in your street or in your building, or just because it rained! And there is no public draining system… I mean, sometimes I just ask myself why I don’t live with my Hunter boots on my purse.
- as pessoas dizem o que lhes vai na cabeça, sem tacto algum. Do “estás gorda” em público, ao “e aquele teu namorado lindo, como está” à frente do novo namorado, ao “não gosto da tua roupa hoje” no meio de uma reunião de trabalho. Por favor, Senhor, ajuda-me a nunca ser assim.
- people here say whatever comes to their mind with no filter (Instagram style). They will tell you “you’re fat” in public, ask about your former boyfriend “that was so handsome” in front of your new one, and will dish on your clothes in your face in a business meeting. Oh Lord, help me NEVER to be this way.
- as pessoas comem mal (qualitativamente falando) e criticam quem come de maneira diferente. Por comer legumes e saladas todos os dias, sou esquisita e estou sempre de dieta. Eles, que comem arroz COM BATATA é que são normais (eu sei, eu sei, já disse sobre isto ontem).
- people here don’t always eat very well (quality-wise) and tend to criticize the ones who do. For the fact I love eating vegetables and fresh leaves almost every day, I am considered weird and as the “always in a diet” girl. I mean… they eat rice with potatoes, so THEY are the normal ones of the bunch (I know, I know, already mentioned it yesterday!)
- as pessoas não respeitam horários. Se dizem que aparecem às 17h, esperar até 20h. E não te zangues.
- people don’t respect schedules. If they tell you they’ll meet you at 5pm, wait until 8pm for them to show up. And don’t be mad about it.
- consigo ligar um gerador. Sozinha.
- I can turn a power generator / group on. Alone.
- Luanda não é feita para pessoas sozinhas. Os casais (que moram juntos) são mais fortes e aguentam melhor a vida dura aqui. Vamos ver como continuo nesta jornada, a aguentar-me sozinha.
- Luanda is not made for the lonely and single people. Couples (who live together) are stronger and face life here in better conditions. I am looking forward to see how I will continue this journey alone, on my own.
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