A trip to the heart of Angola: Kalandula Falls - Vá para fora cá dentro, versão Angola: as Quedas de Kalandula!
Querida Sofia,
Depois de mais de 300 quilómetros percorridos a partir de Luanda, tínhamos chegado a Kalandula, uma cidadezinha (vila ou município, pois em Angola o termo de “cidade” é apenas usado para a capital de cada Província, neste caso, Malange é a cidade capital da província de Malange) em Malange. Estávamos a apenas 6 pequenos quilómetros das quedas, que já podíamos ver de longe, pelo vapor das águas que se percebia entre as árvores. Parqueamos o carro, andamos menos de um minuto entre formações rochosas e lá estavam elas.
As Quedas de Kalandula. Absolutamente magníficas, com um intenso arco-íris que conferia paz ao espectáculo, lado a lado com a violência da água das quedas.
Fui confrontada com um dos maiores pânicos da minha vida que é a vertigem. Tenho um medo atroz de alturas e não há uma sinalização ou protecção qualquer quanto ao perigo de vida nas quedas. Vergar-se um pouco mais do miradouro ou das pedras e é morte certa. Mas não pensemos nisso. Não aconteceu nada de grave.
Afastei-me de todos, e sentei-me numa pedra. Não chorei, pois não estava no Rio Piedra. Juntei as mãos, e pela primeira vez em meses, rezei. Não pedi nada a Deus, apenas agradeci por estar no meio de obra tão bonita, tão divina e ainda tão virgem (okay, não tão virgem assim, as pedras estão gravadas de grafitis, mas deixa quieto). Senti o amor divino subir em mim (ou era fome, pois não tinha comido nada desde Luanda) e abarrotei de amor por Angola. Como se a confirmação tivesse chegado. É aqui onde devo estar hoje. É aqui onde tenho o privilégio de estar hoje.
NB: as quedas são as segundas maiores de África, depois das Quedas de Victoria. Eram chamadas Quedas Duque de Bragança até à nossa independência em 1975.
Preço de entrada: 0 Kwanzas / 0 USD. Há uns meninos que ficam ali à espera dos turistas, para pedir dinheiro a dizer que guardam o carro ou fazem visita guiada. NÃO ACEITEM NADA, NÃO PAGUEM NADA.
(mais fotos - todas tiradas com o iPhone - após a tradução)
Dear Sophie,
After more than 300 kilometres from Luanda, we had arrived to Kalandula, a small town in Malange. We were just 6 kilometres shy from the Falls, that we could see from far, as the steam from the water was bursting out of the fauna. We parked the car and after just a minute walk in the middle of tremendous round rocks, there they were.
The Kalandula Falls. They are absolutely great, divine and majestic, with an intense and peaceful rainbow in the midst of the violence of the waterfalls.
I was confronted to one of my biggest fears: heights. I fear them more than anything in my life, and there was absolutely no protection or warning to prevent us from, basically, dying. If you stumble on the wrong rock, you can just say goodbye to life in the blink of an eye. But let’s not think about that. Everything went well. A
t a certain point, I walked away from everybody and sat on one of the round rocks. I did not cry, as this wasn’t the Piedra River. But for the first times in months, I held my hands together and I prayed. I did not ask for anything, I just wanted to say thank you. I was thankful for being in such a beautiful, divine and pure (okay… not that pure… the round rocks are full of graffiti). I felt the divine love take control of my body (or maybe it was hunger? I hadn’t eaten since Luanda) and I burst out of love for Angola. As if the confirmation had come to me. This is where I am meant to be. This is where I have the privilege to be today.
NB: the falls are the second biggest in Africa, after Victoria Falls. They used to be called Duque de Bragança (Bragança’s Duke, name given to the former Kings of Portugal) before our independence in 1975.
Entrance fee: 0 Kwanzas / 0 USD. There are a few kids who stay there to hassle tourists to keep the car or make a guided tour. NO NOT ACCEPT, DO NOT PAY.
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